O segredo de uma conquista histórica em um gesto pra lá de simples. Encarar a Sérvia, dona da casa, em uma final inédita no Mundial, não era uma missão fácil para as meninas da seleção brasileira. O técnico dinamarquês Morten Soubak, no entanto, tratou logo de motivar todas as atletas.
Antes da partida na Arena Belgrado, o comandante pediu à comissão técnica, através da psicóloga Alessandra Dutra, que fossem confeccionadas 16 ‘medalhas de prata’, todas elas feitas de papel alumínio, uma para cada jogadora da seleção brasileira.
Durante a preleção, o treinador entregou às atletas e deu o recado. “Pedi que fossem feitas medalhas de prata para cada uma das meninas. E no vestiário, na preleção, as entreguei. E disse para elas: ‘Se vocês estão no ginásio para isso, pela prata, já podemos ir embora. Isso nós já temos’. E entreguei uma para cada jogadora. Elas, claro, não aceitaram”, contou o técnico ao Globoesporte.com.
A estratégia não tinha como dar errado. Dentro da quadra, as brasileiras vibraram a cada gol e, no fim, saíram felizes da vida com a vitória por 22x20 em plena Sérvia. “Foi uma grande conquista. Buscamos por muitos anos isso e chegou o momento. Lutamos, foi um jogo disputadíssimo, de qualidade. E mostramos dentro de quadra que tivemos merecimento para isso aqui. Agora nós queremos muito mais”, disse apivô Dani Piedade, uma das melhores em quadra.
Eleitamelhor da posição no torneio, a goleira Babi destacou a atitude do treinador. De acordo com ela, contudo, nada seria capaz de tirar o título do Brasil. “A gente lutou demais, cresceu demais e agora a gente é um time. Em momento algum eu achei que não ia dar. Falei com as meninas que em momento algum usaríamos palavras para nos comunicar, apenas os olhos. E foi assim. É inacreditável e agora a gente vai só sentir”, comentou.
Investimentos - O título das mulheres começa a dar esperanças de um futuro ainda melhor para o esporte no Brasil.A base handebol nacional terá em Blumenau, Santa Catarina, um Centro Nacional de Desenvolvimento voltado às seleções infantil, cadete, juvenil e júnior, em suas versões feminina e masculina.
Trata-se de um investimento do governo federal que disponibilizará R$ 2 milhões para estruturar o centro, e também a caça de talentos, acampamentos e treinamentos, além da contratação de inúmeros profissionais para as comissões técnicas das principais categorias: juvenil e júnior.
O Ministério do Esporte ainda planeja injetar R$ 3,6 milhões nas ligas nacionais feminina e masculina na próxima temporada. Além de alavancar mais investimentos, o título obtido na Sérvia legitima o gasto do governo federal na modalidade, que em muitos momentos foi questionado.
Nos últimos três anos, foram dirigidos à modalidade, em dinheiro federal, aproximadamente R$ 31 milhões. “Havia muita resistência ao investimento no handebol e no basquete. Diziam que íamos por dinheiro nesses esportes e que chegaria (os Jogos de) 2016 e não ia virar nada”, lembra Ricardo Leyser, secretário de alto rendimento do Ministério do Esporte. Matéria original: Correio* Técnico revela como motivou atletas antes de jogo decisivo
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