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| Meia de 24 anos fala sobre adaptação ao calor soteropolitano |
Os olhos puxados não negam a origem. Pedro Ken Marimoto Moreira é descendente de japonês. Nascido e criado em Curitiba, nunca visitou o país do avô materno e nem pretende se transferir para o futebol de lá. "Penso mais em sair pra Europa", vislumbra. Pra conseguir pisar nos gramados europeus, Ken sabe que precisa desfilar bonito nos campos brasileiros. E é o que pretende fazer este ano vestindo a camisa do Vitória.
Em Salvador desde a terça-feira à noite, o meia de 24 anos será apresentado nesta quinta-feira (26) como o sétimo reforço rubro-negro da temporada. "O Vitória tem um projeto muito bom para subir. É um clube grande, de torcida grande, que está sempre apoiando o time. Quero levá-lo à primeira divisão", disse o jogador, emprestado ao Leão até dezembro.
Pedro Ken pertence ao Cruzeiro desde novembro de 2009, quando assinou contrato por cinco anos. Acabou não se firmando no time mineiro. "Tive algumas oportunidades, mas não tive uma sequência como titular. Fazia muito tempo que a equipe jogava junta, então ficava mais difícil de entrar. Depois, com as mudanças que tiveram no clube, de diretoria e treinadores, eu não tive mais chance", alega.
No segundo semestre do ano passado, o meia acabou emprestado ao Avaí e amargou a queda para a segunda divisão. Antes de defender a equipe de Floripa, Pedro Ken esteve cotado para jogar no Bahia. Acabou não vindo e desagradando o técnico René Simões, que declarou não ter gostado da postura do atleta. "Na época aconteceram algumas coisas extra campo que não convém falar e, no final, acabei indo pro Avaí. Mas não foi uma escolha minha, foi consenso com o clube e todo mundo. Depois, eu fiquei sabendo das declarações do René. Ele é como se fosse um pai pra mim no futebol. Até fiquei surpreso de ler aquilo, mas aconteceu e agora vou pensar só no Vitória", conta.
A melhor fase de Pedro Ken foi no Coritiba, clube que o revelou. Ele foi um dos destaques da equipe na conquista da Série B do Brasileiro de 2007, sob comando de René Simões. "A união do grupo foi muito importante. Tem que estar focado no mesmo objetivo. O campeonato em si é muito difícil, tem que jogar cada partida como uma decisão", disse, já pensando no desafio que terá pela frente com o Vitória.
Calor - Pra chamar a atenção do técnico Toninho Cerezo, Pedro Ken vai ter que suar um bocado. Nos primeiros 25 dias do ano, nada de coletivo, treino tático... "Eu tava treinando mais a parte física, não peguei na bola ainda este ano. Também ainda preciso melhorar o condicionamento pra ficar 100%", avisa. Põe suor nisso. Defendendo um clube nordestino pela primeira vez, um dos adversários que o curitibano de olhos puxados vai tentar driblar é a temperatura. "Tô há pouco tempo aqui, mas já dá pra perceber o calor. Aqui é muito quente, mas vou me adaptar", garante.
