Neymar vai chorar no Maracanã. Se de alegria ou tristeza, ninguém sabe. Mas de saudades, com certeza. A decisão da Copa das Confederações, entre Brasil x Espanha, amanhã, às 19h, é o último jogo do craque antes da mudança para Barcelona, onde jogará pelos próximos cinco anos.
“Eu nem tinha pensado nisso”, sorri, desconcertado. É uma coisa nova. Não sei como vai ser o momento. O que aconteceu em Brasília (Santos 0x0 Flamengo, na sua despedida do alvinegro) foi uma coisa que não preparei. Não pensei que ia me emocionar no Hino Nacional. Vou me emocionar novamente por ser uma final, todos os brasileiros cantando o hino novamente. Não sei se vai ter choro ou não”.
Na coletiva, em 15 das 24 perguntas, o atacante mostrou muita confiança em viver um final feliz e terminou a resposta usando as palavras ‘título’, ‘campeão’ ou ‘vencer’. Pressionado a dizer qual placar arriscaria em um bolão, cobrou confiança também da imprensa: “Placar? Meio difícil...”, ri. “Número, eu não chutaria. Mas marcaria vitória do Brasil. Bora acreditar gente, pô!”, se diverte.
Neymar está mais descontraído. Na primeira coletiva, antes da estreia contra o Japão, a maioria das respostas foi seca. Ontem, já no clima da decisão com a Espanha, a quem aponta como “melhor seleção do mundo” e “favorita”, sorriu, contou conselhos que ouve do pai, falou um pouco da infância e até brincou com a própria voz.
“Primeiramente, boa tarde a todos. Saindo de uma voz tão grossa como a do Luiz Gustavo e vindo pra minha, né?”, soltou, quebrando o gelo e arrancando gargalhadas.
O jornalista espanhol perguntou da emoção de marcar um gol em Casillas, capitão de La Roja e ícone do Real Madrid, o futuro rival. “Eu sempre fui um cara que admirei muitos jogadores. Sempre gostei por causa de videogame e televisão. Iker é um dos maiores goleiros do mundo, de hoje e em todas as épocas. Mas domingo espero que possa ter essa honra de fazer um gol nele”, disse, com sorriso discreto.
Respeito Embora favorito ao troféu de melhor jogador do campeonato, afinal já foi eleito em três rodadas o melhor em campo - recorde na atual Confederações -, mostrou respeito e admiração aos concorrentes. “Foi o que falei. Admiro muitos jogadores: Iniesta, Xavi, Pedro... Todos. Sérgio Ramos... São grandes jogadores. Sempre fui fã do Thiago Silva, do Fred. Quando era pequeno, vi todos esses jogadores jogar. É uma honra”.
Pelo Brasil, Neymar tem 23 gols em 38 partidas. Amanhã, na despedida, tem a chance de ir embora com seu primeiro troféu de campeão pela Seleção principal. Mas vai precisar fazer uma partida da grandiosidade do Maracanã. O craque conta as horas para isso.
“Quando acabou a semifinal (entre Espanha e Itália), falei com o Thiago Silva: ‘Vamos jogar amanhã logo’. A ansiedade é muito grande. Domingo é um dia histórico. Brasil e Espanha vão fazer um grande jogo. O mundo todo vai ver. Meu desejo é que o Brasil jogue bem e saia campeão”. Lágrimas não vão faltar.
Matéria original: Jornal Correio
Ousadia no adeus: no Maracanã, Neymar faz último jogo antes de ir para Barcelona
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