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'Novo' Bahia ficou na promessa: mais uma queda para a Série B

O futebol do Bahia foi um fracasso em 2014. Dos 25 contratados, 12 saíram antes do fim da temporada

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08/12/2014 às 9:05 • Atualizada em 31/08/2022 às 5:32 - há XX semanas
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Um ano e três meses. Tempo suficiente para ir do céu ao inferno. O “novo Bahia”, liderado por Fernando Schmidt, frustrou a expectativa de milhões de tricolores, ávidos por mudanças após a saída da dinastia dos Guimarães. Mas a democracia não garantiu boa gestão. A queda foi inevitável.
O clube caiu em campo. Renegociações de contratos trabalhistas, recuperação de patrimônio, melhoria na estrutura física com a consolidação de dois centros de treinamento. Nada disso suportaria se a bola não entrasse. E não entrou. O futebol do Bahia foi um fracasso em 2014.
Ex-diretor administrativo-financeiro, Reub Celestino deixou o clube
Trocas de gestores, treinadores e jogadores foram comuns. A composição com o diretor de futebol William Machado e o técnico Marquinhos Santos deu o ponto de partida na atual temporada. William durou três meses no cargo e se afastou alegando problemas particulares, que, na verdade, foram de relacionamento com o elenco.
Ocimar Bolicenho assumiu após a conquista do título baiano, a única do ano. O fracasso na Copa do Nordeste, sem sequer passar da fase de grupos, já pressionava diretoria e comissão técnica. Marquinhos Santos só seria demitido na 12ª rodada, após derrota para o Internacional por 1x0, na Fonte Nova. Na verdade, ele foi demitido antes do jogo e mesmo assim comandou a equipe, a pedido do vice-presidente Valton Pessoa.
Charles assumiria interinamente por três jogos, um deles pela Copa do Brasil, contra o Corinthians. Mesmo vencendo por 1x0, não conseguiu evitar a eliminação. Restou ao Bahia a sequência do Campeonato Brasileiro e a Copa Sul-Americana. Tudo isso mais uma vez sob novo comando. Rodrigo Pastana e Gilson Kleina chegaram praticamente juntos. Nem a classificação sobre o Inter no torneio continental fez o Bahia engrenar. Eliminado na fase seguinte para o modesto César Vallejo, do Peru, o tricolor desceu ladeira abaixo.
Sem patrocinador master, começaram os atrasos de salários, brigas internas, novas demissões, jogadores afastados e, por fim, o rebaixamento. Hoje, às vésperas da eleição do dia 13, 7.238 sócios estão adimplentes, num universo já reduzido a 24 mil. Eram 28 mil em maio, no início do Campeonato Brasileiro. E o “novo Bahia” fica marcado por ser o da pior campanha na história dos pontos corridos, da maior sequência negativa (nove jogos sem vencer), de jogador estreando na 34ª de 38 rodadas da Série A (Galhardo). Eis o retrato do novo Bahia: Bahia da Série B.
Falta de habilidade: gringos ficaram na promessa
A política de contratações em 2014 tem muito mais erros do que acertos, a começar pelo alto número de 25 jogadores contratados. Além disso, a diretoria proporcionou longas novelas ao seu torcedor. A primeira envolveu o centroavante chileno Sebástian Pinto, que chegou a ser anunciado via torpedo pelo clube, prática que foi extinta logo após esse fato. Curiosamente, Sebá viria do Bursaspor, da Turquia, clube para o qual se transferiu Fernandão, camisa 9 e artilheiro tricolor na temporada passada.
O Bahia ficou sem os dois. Nada que a contratação de um campeão da Taça Libertadores não resolvesse. A novela Romagnoli protagonizou o noticiário tricolor por meses. Com um pré-contrato assinado com o Bahia desde o início do ano, Romagnoli ficava mais longe de Salvador à medida que o San Lorenzo avançava no maior torneio da América.
Mais uma vez o desfecho do negócio foi traumático para o torcedor tricolor. Romagnoli chegou a desembarcar na capital baiana, vestiu a camisa do Bahia entregue por um funcionário a mando da diretoria tricolor ainda no aeroporto, mas, depois de novas reuniões, retornou para a Argentina.
Como Romagnoli não queria jogar no Bahia, já que o San Lorenzo se classificou para o Mundial, clube e jogador entraram em um novo acordo financeiro, que não cobriu a totalidade da multa prevista no pré-contrato. As partes se acertaram, mas, novamente, o Bahia acabou sem o jogador.
Desentendimento entre diretor e jogador quase acaba em agressão
Rodrigo Pastana já chegou ao Bahia com histórico condenável. Após desentendimentos com jogadores do Figueirense, deixou Santa Catarina para assumir a direção do futebol tricolor. Em pouco tempo, Pastana passou a mão na cabeça de Diego Macedo, que, durante um treino no Fazendão, saiu gritando que “isso aqui está uma bagunça”. Em seguida, Pastana discutiu com Rhayner após o atacante ter cobrado satisfações por estar fora de um treino. Quase chegaram às vias de fato. O jogador teria pegado um pedaço de madeira para bater em Pastana e foi afastado.
Dos 25 contratados, 12 saíram antes do fim da temporada
A própria diretoria do Bahia atestou a sua incompetência. Dos 25 jogadores contratados, 12 saíram do clube antes do fim da temporada. Quase a metade (48%). Entre dispensas, afastamentos ou novos empréstimos, os zagueiros Serjão e Anderson Conceição, os volantes Uelliton, Diego Felipe, Léo Gago e Pittoni, o meia Branquinho, além dos atacantes Rhayner, Marcão, Hugo, Alessandro e Jonathan Reis deixaram o tricolor. Outros também saíram, como o meia Talisca, negociado ao Benfica, e o atacante Potita, que antecipou o fim do contrato após a esposa ser baleada na perna.
Correio24horas

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