Depois da Copa do Mundo da Rússia, a comissão técnica da Seleção Brasileira deu início a um processo de renovação gradativa visando o Mundial do Catar, em 2022. O trabalho, que tem como objetivo o curto, médio e longo prazo, teve o seu primeiro grande teste na última terça-feira(16), na vitória por 1 a 0 sobre a Argentina, na Arábia Saudita.
Este foi o quarto jogo da Seleção que soma quatro vitórias, no entanto, mais do que o resultado, o que Tite vem construindo nesses jogos é o mais importante. Até aqui, o treinador mostrou como pretende oportunizar na equipe, mesclando a experiência com a juventude com o intuito de potencializar o desempenho dos atletas que estão chegando.
Nas primeiras convocações, ele optou por fazer testes e até deu oportunidade para jovens atletas que não vem atuando muito por seus clubes. Também mostrou que os veteranos serão importantes no processo de renovação gradativa da equipe.
O CAPITÃO FIXO
Logo no primeiro jogo da Seleção Brasileira depois da Copa do Mundo, o treinador anunciou uma decisão importante. Deixou de fazer o rodízio com a faixa de capitão e entregou a responsabilidade para um jogador: Neymar.
O camisa 10 foi escolhido pelo treinador que fez questão de explicar a decisão, deixando claro que estava passando uma responsabilidade para a liderança técnica da equipe e o jogador que, sem dúvida, vai guiar a Seleção até o Mundial do Catar.
Apesar de algumas dúvidas sobre o certo ou erro em entregar a faixa de capitão para Neymar, mesmo depois de uma Copa do Mundo não tão boa assim, mostra que a intenção de Tite não foi premiar e, mas sim fazer com que o craque se concentre mais nas responsabilidades dentro de campo.
ARTHUR GANHA ESPAÇO
Entre os jovens jogadores, quem mais ganha destaque é Arthur. O jogador do Barcelona encantou a comissão a técnica e foi até titular diante da Argentina, na última terça(16), confronto considerado uma "simulação" da Copa América, que acontece no ano que vem, no Brasil. Ou seja, se o torneio começasse hoje, provavelmente o meio-campista estaria entre os titulares.
Com bom porte físico, posicionamento, marcação e chegada ao ataque, Arthur ganhou terreno e saiu na frente numa disputa com Fred, do Manchester United. As boas atuações e a segurança indicam que o jogador tem um bonito caminho a seguir com a Amarelinha.
TIME BASE
Ainda que Tite esteja buscando uma renovação gradativa na Seleção, o treinador pode se dar ao luxo de ter um time base. São cinco jogadores que puxam a fila e lideram a equipe neste novo ciclo. No gol, Alisson é o titular, ainda que Ederson possa brigar um pouco mais pela vaga daqui para frente. Na zaga, Marquinhos é o dono da posição e espera por um companheiro.
No meio-campo, Casemiro, como bem disse Arthur, já está consolidado, assim como Coutinho e o capitão e camisa 10, Neymar. Todos eles estiveram na Copa do Mundo da Rússia e estão em uma idade importante no futebol, além claro, de muita experiência.
BRIGA NO ATAQUE
Se uma coisa começou quente neste novo ciclo foi a briga pelo ataque. Depois do baixo desempenho na Copa da Rússia, Gabriel Jesus passou a ser bem questionado e viu a concorrência de Firmino crescer. O jogador do Liverpool ganhou moral mas quando pensava que teria a vida facilitada Richarlison chegou.
O atacante do Everton só foi convocado porque Pedro, do Fluminense, sofreu uma lesão e foi cortado. Tite decidiu então chamar Richarlison que aproveitou muito bem a oportunidade, não só dentro de campo como também fora dele.
O marcou gols, deu velocidade e dinâmica a equipe, e se integrou muito bem com os veteranos na concentração. Simpático, ele ganhou moral e mostrou que está à disposição. Contra a Argentina, entrou muito bem, deu opções e teve duas oportunidades, mudando a cara do ataque brasileiro na partida.
NOVA FORMAÇÃO
Diferente do que costuma fazer, Tite preferiu não divulgar a escalação para o confronto contra a Argentina, ele explicou e também afirmou que ainda não tem um esquema tático definido. O treinador vem buscando alternativas e fez várias modificações na formatação da equipe.
Contra a Arábia Saudita, por exemplo, chegou a usar três formações ao longo da partida. Diante da Argentina, entrou em campo com algo inédito, dois atacantes. Na prática, no entanto, Gabriel Jesus acabou fazendo mais papel de ponta, e ficou um pouco prejudicado dentro de campo. Mas a verdade é que o treinador está buscando ter um leque de opções já que tem muito mais tempo de preparação.
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Redação iBahia
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