Mesmo livre da lesão que o tirou dos últimos seis jogos e esperado entre titulares, Escudero apareceu no time reserva do Vitória no treino de ontem à tarde. E com um comportamento agressivo. Primeiro, carrinho por trás em Daniel Borges. No fim, troca de cotovelos com Neto Coruja. Caio Júnior então resolveu finalizar o bate- bola. E o argentino foi o primeiro a se encaminhar para o vestiário. No caminho, semblante fechado, duas palavras com o técnico e recusa do isotônico oferecido pelo massagista.
E tudo isso tinha um motivo claro. Escudero já sabia que estava fora do confronto diante do Criciúma, amanhã, às 16h, no Barradão. Emais: suspenso preventivamente por 30 dias após ser flagrado no exame antidoping pelo uso do medicamento Prelone, anti-inflamatório à base de corticoide utilizado por ele para tratar uma sinusite. Medicação esta que o meia tomou na semana do triunfo sobre o São Paulo por 3x2, dia 14 de julho, mediante autorização do departamento médico do clube.O problema é que a droga não é autorizada pela Comissão Nacional de Controle de Doping. Porém, o departamento médico do clube se baseou numa lista distribuída no 4º Encontro Nacional de Médicos do Futebol, realizado nos dias 20 e 21 de abril, em Natal. Relação esta que, segundo o chefe médico do Vitória, Ivan Carilo Pinto, liberava o uso deste anti-inflamatório. “Era uma lista que poderia ser utilizada pelo departamento médico. Por isso houve um engano no uso do medicamento”, reconheceu Ivan Carilo em coletiva, ontem, no Barradão, na qual também esteve presente Escudero, que pediu para participar.No pronunciamento, Escudero foi curto: “Procurei o departamento médico, eles me encaminharam para uma especialista e fui lá. Ela me deu uma receita, trouxe a receita aqui e os médicos autorizaram. Fui na farmácia e comprei o remédio. Tomei, fiz tudo que me indicaram e infelizmente fui pego no doping”, relatou. A consulta à especialista aconteceu no dia 10 de julho, quatro dias antes do jogo, quando Escudero estava com sintomas de febre, mal-estar, obstrução nasal e, portanto, sem treinar.Em 48 horas, o meia apresentou melhora e participou normalmente dos dois últimos treinos antes da partida. “Tentamos um tratamento convencional aqui, não conseguimos resultado e ele foi encaminhado a um otorrino (especialista em tratamento de doenças no nariz, garganta e ouvido). Ela fez a troca do antibiótico e acrescentou esse anti-inflamatório”, informa Carilo.Sete jogos - De acordo com o diretor de futebol Raimundo Queiroz, o Vitória foi notificado há duas semanas e pediu, no dia 23, a contraprova do exame, que reafirmou a substância proibida. O clube entrou com pedido de efeito suspensivo na última segunda-feira. Até ontem, quando a defesa foi protocolada no STJD, o pedido não foi deferido. Escudero está fora dos próximos sete jogos. E a expectativa agora é para o julgamento, que segundo previsão do Vitória, pode acontecer no dia 9 de setembro. A pena máxima é de dois anos.
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