Visto no Fazendão como a grande contratação da temporada, o novo diretor de mercado do Bahia, Jorge Avancini, chega ao tricolor cercado de muita expectativa e com uma meta ousada: dobrar o quadro de sócios do clube, hoje em 24.021, até dezembro de 2017, quando termina o mandato do presidente Marcelo Sant’Ana.
Avancini tem 60 anos e trabalhava no marketing do Internacional, onde foi um dos responsáveis por elaborar um plano de sócios que hoje conta com cerca de 106 mil colorados adimplentes - e 129 mil ao todo, maior do Brasil e sexto maior do mundo. O Bahia é 10º no ranking nacional.
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Apesar das diferenças culturais, o diretor se mostrou confiante em elaborar um novo projeto de sucesso e apontou o caminho. "Eu vejo o Bahia hoje um pouco parecido com o Inter de 15 anos atrás. Diria que o Bahia até está bem melhor. Um dos principais pontos no Inter foi a interiorização. Temos que levar o clube para o interior", afirmou.
Avancini mostrou, com números, a importância do clube conquistar sócios por todo o estado, traçando outra vez um comparativo com o trabalho que fez no Rio Grande do Sul. "Dos 100 mil do Inter, 55% moram a mais de 200 km do Beira-Rio. Os caras nunca vão no Beira-Rio, não podem ir todo dia. Tem que ser insistido com o trabalho das embaixadas, colocando o torcedor local em contato com a equipe, com jogadores, ídolos do passado", destacou.
Há, porém, uma diferença cultural entre baianos e gaúchos. O Rio Grande do Sul é o estado onde há menos torcedores de times de outros estados: 79% da população torce para a dupla Gre-Nal, sendo 40% para o Inter, segundo levantamento do Ibope/Lance! divulgado em agosto de 2014. Na Bahia, 22,4% são tricolores - a maior torcida do estado, porém menor que a soma de flamenguistas, corintianos e são paulinos (23,4%).
O novo plano de sócios deve ser lançado apenas em março. "A meta seria no mínimo dobrar esse quadro social. Vamos começar com ação imediata para diminuir a inadimplência. Faço um apelo para que o sócio se coloque em dia". Em dezembro de 2014 (último balanço divulgado), apenas 7.238 estavam em dia com a mensalidade, o que representa 70% de inadimplência.
Fonte Nova - Um ponto destacado por Avancini foi a necessidade do Bahia ter uma casa. "O sócio tem que ter casa. Tem uma relação com a Fonte Nova que se encaminha para isso", pontuou. O contrato com a Fonte Nova se encerra em abril e o presidente Marcelo Sant’Ana aproveitou a oportunidade para pressionar a Arena quanto à renovação por mais três anos prevista em cláusula. "Eu cresci vendo a Fonte Nova ser a casa do Bahia e sei que ela voltará a ser, mas não tenho dúvida nenhuma de que Pituaçu ou qualquer outro estádio pode receber muito bem o Bahia e abraçar a torcida tricolor. É ela que faz o estádio ter vida".
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