Quando criança, o goleiro Jair nem era fã de futebol. “Eu era paradão, mais ligado nos estudos”, afirma. A paixão só surgiu aos 13 anos, quando começou a jogar em time de várzea e levar a coisa a sério. O menino gostou tanto da coisa que, três anos depois, com 16, largou os estudos e saiu de casa para jogar na Catuense.
A mãe, dona Sofia, era contra. O principal incentivador sempre foi o irmão Joel. Torcedor do Bahia de carteirinha, costumava levar Jair para a Fonte Nova. “Eu o acompanhava nos jogos do Bahia, mas paixão mesmo despertei pelo Palmeiras”. A identificação com as cores verde e branca surgiu por causa do time que Jair defendia em Paripe, bairro onde cresceu.
“O time se chamava Palmeirinha, daí a ligação”. O ídolo dele também é da equipe paulista: Marcos, o goleiro do penta em 2002. Jair é daquele tipo de jogador que não gosta de confusão. O gramado é lugar de trabalho e ele não deixa de mostrar serviço.
Em 2009 e 2010, foi considerado o melhor goleiro do Campeonato Baiano quando defendeu o Fluminense e o Feirense, respectivamente. Este ano,tambémé forte candidato ao prêmio. Em oito jogos, ele sofreu apenas quatro gols. A estatística dá ao Bahia de Feira a defesa menos vazada do estadual e é prenúncio de jogo duro no Barradão, às 16h.
O time feirense é o único invicto e ainda tem a melhor campanha. Os fiéis escudeiros de Jair, 30 anos, são os zagueiros Osmar e Alex Alagoano. “Não sou só eu. É o grupo todo. Todo mundo tem ajudado. Quem fica no anonimato também tem o mérito, como o preparador de goleiros Itamar Ferreira”, reconhece. Agora, dona Sofia anda toda orgulhosa. “Oxe, ela já é minha torcedora”, diz.
Matéria publicada na edição impressa do jornal Correio* do dia 27 de fevereiro de 2011
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