Charles teve conversa por telefone com novo presidente do Bahia |
"Quero agregar. Eu já tenho a prática, mas esse curso não fala só de campo, mas também sobre gestão, montagem de elenco e de tudo do futebol. Esse tipo de conhecimento faz com que a gente melhore e que os resultados venham mais rápidos na prática", avalia o ex-atacante, campeão brasileiro como Bahia em 1988.
O curso segue as diretrizes da Fifa para implantação de um sistema de certificação em todas as confederações do mundo. Tem 210 horas de disciplinas teórico-práticas, trabalhos, avaliações, além de acompanhamento e observação de treinamento. O primeiro módulo se encerra hoje e o segundo será ministrado em dezembro de 2015.
O coordenador técnico da Federação Alemã de Futebol, Frank Wormuth, e o novo técnico do Vitória, Ricardo Drubscky, estão entre os professores. Marcelo Veiga, Silas e Rogério Lourenço são alguns dos alunos. "Temos conversado muito sobre a desunião dos treinadores. Isso tem que acabar. Temos levantado a bandeira da ética profissional", conta Charles.
O investimento financeiro foi feito pelo próprio Charles, que já decidiu o foco da carreira. "Minha vontade é ser treinador. Se não for nesse momento, será a curto ou médio prazo. Se não no Bahia, em outro lugar", afirma.
O primeiro trabalho de Charles como técnico foi no Bahia, em 2006, quando assumiu interinamente durante o estadual, promoveu atletas da base como Ávine, Danilo Rios e Bruno César, mas não conseguiu o título. Efetivado, não conseguiu o acesso na Série C. Demitido, treinou também Votoraty, Icasa e Camaçari.
No ano passado, após um período fora do futebol, Charles retornou ao Bahia como técnico da equipe sub-20. Este ano, após a demissão de Marquinhos Santos, foi promovido a interino do profissional e depois efetivado como auxiliar técnico. Braço direito de Gilson Kleina, assumiu nas cinco rodadas finais da Série A. Não evitou o rebaixamento, mas teve o melhor aproveitamento no Brasileirão entre os técnicos que comandaram o clube no ano: 48% (venceu três, perdeu três e empatou um). Marquinhos Santos teve 25% e Gilson Kleina 36%.
Charles chamou a atenção também pelas declarações após o fim do campeonato. Ele enalteceu os atletas que defenderam o Bahia até a última rodada e acusou outros, sem citar nomes, de terem forjado contusões para não jogar. Duas semanas depois, não se arrepende das palavras. "Talvez, pra muita gente, possa ter parecido falta de equilíbrio e preparo, mas eu vi jogadores fazendo chacota das pessoas que estavam trabalhando, ironizando o clube. Expus minha carreira e sei que isso pode me prejudicar lá na frente, mas temos sangue nas veias. Tem jogadores que só são profissionais quando querem o dinheiro na conta".
Auxiliar - Charles não será o treinador no início de 2015. O presidente Marcelo Sant’Ana acertou com o técnico Sérgio Soares, ex-Ceará, e aguarda a definição do diretor de futebol para oficializar a contratação. "Nunca tive contato com ele pessoalmente e nunca tive nenhum tipo de informação sobre o trabalho dele. Independentemente de quem seja, que venha pra somar", diz Charles.
Como está no Rio, o primeiro contato com o novo presidente foi por telefone. "Ele me ligou e disse que, no meu retorno, quer ter uma reunião comigo pra conversar sobre a minha situação. Disse que quer contar comigo". Durante a cerimônia de posse, quinta, Sant’Ana afirmou que Charles fará parte na nova comissão técnica. Ele topa ser auxiliar. "Eu quero, de alguma forma, poder fazer com que esse clube volte a ser grande. Gostaria que fosse como treinador, mas tenho que respeitar e saber a intenção da nova diretoria".
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