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Por onde anda? Pelo Vitória, ex-lateral Russo chegou à seleção brasileira

Ricardo Soares Florêncio, o Russo, defendeu o Vitória por dois anos e esteve no elenco da Copa das Confederações. Ele parou de jogar em 2010 e hoje mora no Recife

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18/09/2011 às 13:32 • Atualizada em 31/08/2022 às 10:59 - há XX semanas
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Aposentado, Russo pensa em se tornar técnico de futebol
Achamos Russo vivendo no Recife, sua terra natal, de olho no futebol pernambucano e com muitas perguntas sobre o Vitória, clube que defendeu por dois anos e onde estava quando conquistou sua primeira convocação para a seleção brasileira, em 1997 - ele foi para amistosos e também para a Copa das Confederações. A Copa 1998 bateu na trave.O ex-lateral-direito também de Cruzeiro, Vasco, entre outros times, chama-se Ricardo Soares Florêncio e parou de jogar em 2010, aos 34 anos, no modesto Brasil de Farroupilha-RS. "Machuquei e tive que ficar um tempo sem treinar. Acabei desmotivado". Depois de mais de uma dezena de tentativas, o iBahia Esportes conversou com o ex-jogador por telefone, mas o papo não demorou muito. Russo e sua mulher relataram que uma outra pessoa havia ligado antes e feito perguntas pessoais demais para quem se dizia jornalista. "Ele perguntou que perfume eu usava!". Após explicações e referência, este repórter conseguiu passar da recusa a alguns preciosos minutos de muita lembrança. Russo foi o penúltimo jogador do Leão a ser convocado para a Seleção principal - o último foi Dudu Cearense, em 2003. Russo, pesquisamos aqui e você foi o penúltimo jogador do Vitória convocado para a Seleção principal. Lembra bem daquela época? Lembro, claro que lembro. Eu estava chegando para treinar na Toca do Leão de tarde. Aí, uns quatro ou cinco repórteres vieram falar comigo e disseram que eu tinha sido convocado para a sub-20, mas eu não tinha mais idade. Então achei que era sacanagem dos caras. Depois me disseram que não era sub-20, era a principal mesmo. Eu só acreditei de noite, quando vi meu nome no Jornal Nacional. E a sensação?A emoção é muito forte. Ir para a Seleção antes era mais difícil porque o time já era formado. Eu ia ser convocado para a Copa Mundo, cara. Mas machuquei a virilha, três centímetros, contusão muscular. Passei uns dois meses de molho. Fiquei muito triste porque lá do Cruzeiro éramos eu e Dida (os convocados para a lateral-direita em 98 foram Cafu e Zé Carlos).Mas aí você já estava no Cruzeiro. Pelo Vitória, você foi para a Copa das Confederações... É. Fomos campeões, mas eu fiquei no banco. Joguei só amistoso. Acho que fui convocado por uns cinco. O técnico era Zagallo.Você é revelação do Sport. Como chegou ao Vitória?Eu estava no Sport e tinha uns times querendo me contratar. Fui para o Vitória negociando com o Banco Excel e acabei fechando. Era para eu ir pro Valencia (Espanha), mas não quis. Eu era muito novo. Estava começando no futebol e fiquei assustado. Preferi ficar aqui e foi muito bom.
Lateral foi para a Copa das Confederações em 1997
E os amigos do Vitória?Gostava muito daquele grupo, o ambiente era bom. Bebeto, Chiquinho, Fábio Costa, Zé Carlos, Flávio Tanajura....Cadê Flávio? Ele ainda está aí?Está sim, virou auxiliar (Flávio relembrou Russo: "muita correria ali, fora as histórias hilárias")....Conquistamos o bi-baiano em 98 e o bi do Nordeste também... O campeão de 98 foi o Bahia, Russo...Oxe, foi a gente rapaz! Foi naquele ano que deu um problema lá no Barradão, mas a gente ganhou... Foi não. O campeão foi o Bahia, lá no Barradão. Você deve estar falando de 1999, quando o Bahia foi jogar a final na Fonte Nova e o Vitória no Barradão*, né?Foi, foi! Isso foi 98, rapaz. Não foi não? Não! Foi 99. E você nem estava mais aqui... Hum...Cadê Paulo Carneiro? Ele ainda manda aí? Paulo Carneiro não é mais aquele dirigente da sua época. Ele até trabalhou no Bahia. Virou cronista esportivo e tudo...Foi mesmo, rapaz?! Ele era uma figura...Outro dia falei com Preto (ex-volante), ficamos de marcar alguma coisa. Também andava muito com Allan Dellon e Matuzalém. Eu sinto muita saudade de Salvador, do tempo que joguei no Vitória. Tem quanto tempo que você não vem aqui?Muito. Acho que a última vez foi em 2003, quando eu ainda jogava no Vasco. Foi pela Copa do Brasil, fomos enfrentar o Vitória. Não lembro daquele jogo, mas eu sei que a gente não ganhou. Eu estou precisando ir em Salvador. Eu tenho uma filha aí. Ela fez 11 anos por agora e eu preciso vê-la. O que você anda fazendo hoje? Está dando para viver bem?Hoje moro aqui no Recife e vivo tranquilo. Estou só nas peladas e jogando muito video game. Mas estou fazendo supletivo, quero terminar o segundo grau. Quero fazer educação física. Quer virar técnico?É, quero sim. Sempre aparece uns cursos aqui da Federação para auxiliar técnico. Como eu joguei bola, conheço bem o futebol, mas quero aprender mais. A idade passa, mas quero continuar no ramo. Ser jogador de futebol hoje é mais fácil?Muito mais, rapaz. Hoje você faz um gol bonito, ganha um campeonato mais ou menos e aparece um monte de empresário para te levar para Europa. Eu tinha um empresário na época, Adson Gomes, mas não tinha aquela abertura de ir para o exterior por qualquer coisa não. Hoje é muito fácil. Foi difícil terminar a carreira de jogador? Rapaz, dava até para continuar, mas eu me desmotivei. O que me arrebentou foi jogar no Spartak Moscou, em 2003. Passei um ano lá e não me adaptei. Quando voltei, fiquei um ano e meio sem jogar. As lesões começaram a aparecer e o cara vai perdendo a motivação. Parei em 2010, no Brasil de Pelotas-RS (na verdade, ele parou no Brasil de Farroupilha-RS) Quais foram os clubes da sua carreira?Sport, Vitória, Santos, Vasco...deixa eu ver...Cruzeiro, São Caetano, Botafogo e Santa Cruz. Joguei também no Central e Anapolina. Fora do Brasil, o Spartak Moscou. Lembra dos técnicos que te marcaram? Ricardo Gomes, Evaristo de Macedo, Arthurzinho, esses três. Todos linha dura, trabalhavam sério, pegavam mesmo no pé. Mas treinador é tudo a mesma resenha, muda pouco...(neste momento, a ligação cai e as tentativas seguintes caem na caixa de mensagem)_____________________*O Bahia venceu a partida de ida da final do Baianão de 99 por 2 a 0, na Fonte Nova, mas se utilizou do Clube Social Itapagipe para entrar na justiça comum e alegar que o Barradão não tinha condições de receber a decisão do estadual - o Vitória tinha a vantagem de decidir em casa. Como não havia sido notificado oficialmente. o time rubro-negro foi para o Barradão e o do Bahia, para a Fonte Nova, onde estava a taça. Depois de idas e vindas, a justiça desportiva e a Federação Bahiana dividiram o título de 99 entre as duas equipes.

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