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Reserva no Vitória, David Luiz cresceu para defender o Brasil

"Foi a melhor decisão da vida dele”, disse Neto Coruja, companheiro de quarto de David nos tempos de base

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09/05/2014 às 14:50 • Atualizada em 02/09/2022 às 3:29 - há XX semanas
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Sentado embaixo do pé de manga no pátio da concentração da base, o franzino David costumava chorar com saudade da família. Era quase um ritual. E não era pra menos. Dispensado do São Paulo, o atual cabeludo de confiança de Felipão estava prestes a ter o mesmo destino no Vitória. Até a história virar em janeiro de 2005, quando o garoto pegou 78 horas de ônibus com o time juvenil até o Rio Grande do Sul, onde o Leãozinho ia disputar a Copa Santiago sub-17.
Sem tempo para descanso, o Vitória estreou logo no dia seguinte à chegada, após três dias de viagem. Ruim? Nada disso. Essa louca coincidência garantiu a permanência do volante David, reserva de Neto Coruja e Uelliton, na Toca do Leão por mais tempo. Na estreia, o Vitória abriu 1x0 sobre o Atlético-MG e a meninada começou a sentir um “festival” de câimbras, decorrente do desgaste na estrada. No comando do time, João Paulo, atual coordenador de futebol profissional, pensou em reforçar a marcação e fez a alteração decisiva na vida de David.
No ano passado, David conquistou a Copa das Confederações com o Brasil
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Tirou o meia Caíque, hoje no Ulsan Hyundai, da Coreia do Sul, e botou David como líbero ao lado de Wallace, agora no Flamengo, e Murilo Tuchê, com mais de 20 convocações para seleções de base e que, atualmente, mora com os pais na Ilha de Itaparica depois de largar o futebol. “David estava em fase de crescimento, perdia na mobilidade. Foi quando puxei ele pra jogar de líbero. Detalhe, estava com a liberação dele na mão, pra saber se ia confirmar a dispensa ou não”, relembra João Paulo.
David mostrou que tinha bola pra ficar. “Lembro bem desse campeonato. Ele jogava de líbero, ao meu lado e do Murilo Tuchê. Entrou no time e arrebentou, jogou muita bola”, recorda Wallace, do Rio de Janeiro, onde David, nove anos depois, espera se sagrar campeão do mundo dia 13 de julho, no Maracanã. A partir dali, David, então frustrado como meia e volante, enfim se encontrou em campo. “Ele usava as duas pernas facilmente. Como volante, a galera comentava na resenha: será que ia dar certo? Tinha qualidade, sem velocidade... Uma desenvoltura diferente pra posição. Quando foi pra zaga, todo mundo tomou um susto. Com o tempo foi mudando. Foi a melhor decisão da vida dele”, completa Neto Coruja, companheiro de quarto de David nos tempos de base.
Consolidado
A partir dali o crescimento se tornou meteórico. Firmou-se na zaga dos juniores e depois ganhou espaço no profissional ao lado das crias do clube Leandro Domingues e Marcelo Moreno na Série C, em 2006. Conseguiram o acesso, mas, em crise financeira, o Vitória não segurou nenhum dos três. Enquanto os outros dois foram negociados com o Cruzeiro, David Luiz foi vendido ao Benfica, de Portugal, por R$ 1,9 milhão.
Em terras lusitanas, David Luiz mostrou sua polivalência até na lateral esquerda. E na temporada 2009/2010 veio a consagração do menino nascido em Diadema, grande São Paulo. Crucial na quebra de jejum do Benfica na conquista do Português depois de cinco anos, ganhou o prêmio de melhor jogador do campeonato.
Com presença na seleção de Mano Menezes logo após a decepção no Mundial da África do Sul, em 2010, o desejo pelo defensor cresceu. Os barões do velho continente entraram no leilão por David e o Chelsea, pela quantia de R$ 57 milhões, provocou a mudança do defensor de Lisboa para Londres. Volante no time de José Mourinho, David está consolidado na Seleção desde a conquista da Copa das Confederações. Só falta agora a Copa do Mundo!

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