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Ricky sobre time: "essa turma está surpreendendo" |
A seleção que representa o país mais negro do mundo está pela primeira vez na história da cidade mais negra do planeta fora da África. E esse encontro acontece logo no primeiro jogo internacional da nova Fonte Nova, amanhã, às 19h, pela segunda rodada da Copa das Confederações. Salvador certamente será mais Nigéria contra o Uruguai. Campeã pela terceira vez da Copa Africana de Nações, em janeiro, os nigerianos, que estrearam com goleada de 6x1 sobre o Taiti no Mineirão, vieram com time renovado e um ex-zagueiro da seleção no comando: Stephen Keshi, amigo pessoal do ex-atacante Ricky, ídolo do Vitória. “Ele foi meu colega de quarto quando eu jogava na seleção. A gente sempre se fala por telefone. Quero levá-lo para conhecer o Pelourinho, que foi construído pelos negros. Ele vai ver coisas que ele já conhece da Nigéria, como acarajé, abará...”, comenta Ricky, que visitou a delegação ontem à noite no Hotel Deville, Itapuã. No tour, que ele espera fazer até sexta, além de apresentar um pouco de Salvador para Keshi, Ricky vai falar muito sobre esta geração do futebol nigeriano, que segundo ele vai atingir o patamar da época de Okocha, Kanu e Amokachi, feras que conquistaram o ouro olímpico em Atlanta, 1996, quando passaram pelo Brasil de Bebeto, Ronaldo e Rivaldo na semifinal por 4x3. “Não está muito longe. Essa turma está surpreendendo. A expectativa é muito grande pra essa Copa das Confederações. Vamos ver a força, a capacidade. É um teste para o Mundial. Pelo menos chegar à segunda fase já é bom”, diz. O time está desfalcado de algumas das principais peças, como Moses, do Chelsea, Onazi, da Lazio, e Emenike, do Spartak Moscou. Mesmo assim, Ricky mostra confiança. “Temos jogadores de pouca idade, mas experimentados. Mikel, com quatro anos no Chelsea, é uma peça importante. Keshi é moderno e foca na tendência do futebol hoje. Chegamos bem”, confia Ricky. Aposta baseada também na campanha das Super Águias nas eliminatórias africanas. Líder do Grupo F, que tem Malaui, Namíbia e Quênia, a Nigéria precisa de um empate para atingir o mata-mata decisivo pra Copa 2014. A seleção não perde há 16 jogos.
Vitória - Nigeriano de Port Harcourt, Ricky tem 51 anos e mora em Salvador desde que encerrou a carreira no Al-Hilal, da Arábia Saudita, em 1997. Mesmo com passagens por clubes portugueses, entre eles Benfica e Boavista, além dos franceses Laval e Metz, a relação mais forte é com a Bahia. Casado com uma brasileira, tem quatro filhos, todos baianos. “Minha paixão por Salvador começou quando eu conheci o Vitória (1984)”, frisa. Aqui, ganhou o apelido de Rei.
Leia mais Felizes, nigerianos esperam contar com torcida e conhecer Salvador Matéria original: Jornal Correio*
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