icone de busca
iBahia Portal de notícias
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
ESPORTES

Rivalidade e Carnaval - por Marcelo Sant´Ana

foto autor

03/03/2011 às 10:51 • Atualizada em 29/08/2022 às 14:11 - há XX semanas
Google News iBahia no Google News

Vagner Benazzi, em coletiva terça-feira, disse confiar “na honra e respeito” de Antonio Lopes para o Vitória não entregar o resultado nas últimas rodadas. A rivalidade poderia eliminar o Bahia no frágil Baiano. Como esportista, sou contra manipular resultado. Me retei com Ferrari e Massa pela manobra com Alonso e lamentei ver Bernardinho entregar contra a Bulgária no vôlei. Entendo quem pensa diferente. Nossos políticos refletem bem este traço de levar vantagem acima de tudo. Não entendo é a dupla Ba-Vi estar desunida no processo de reforma da Fonte Nova – imagina o estádio sem nenhum deles – e na briga do Clube dos 13.

O técnico tricolor ainda comentou: “Precisamos honrar a camisa, como não estava acontecendo antes, mas aconteceram nestes três, quatro últimos jogos”. Benazzi quer de Lopes mais respeito do que teve com Rogério Lourenço. A alfinetada não parece intencional, porém inconsciente, uma maneira de autopromoção e de jogar
confete na torcida.

O Bahia melhorou desde a mudança na comissão técnica. A evolução coincide com as estreias de jogadores mais qualificados, como Ramon e Tressor, e das chances a Omar e Rafael. O time sofria muitos gols nos 5 minutos finais do 2º tempo: parou. Fica claro que as críticas à preparação física também foram exageradas. Já o Vitória cai de rendimento pela fragilidade ofensiva. Elkeson, para tentar ser protagonista, deve atuar no ataque. Recebendo o passe adiantado, poderá usar a velocidade e a força física para o drible, chute ou passe pra gol.

Grandes atacantes, que não são centroavantes, precisam saber se posicionar pelos lados e entrar em diagonal. Pelo meio, onde o espaço é menor e se recebe a bola muitas vezes de costas para o gol, falta-lhe visão e habilidade para antever e construir a jogada. “É o terceiro olho. O do craque”, escreve Tostão. Elkeson torna-se sombra do marcador. Antonio Lopes precisa rever isto.

Quando a imprensa sempre elogia alguém ou alguma coisa, é fácil desconfiar. Seja precavido também quando a crítica for sistemática, mesmo se você tiver motivos para não gostar do criticado. Deve ter algo errado. Só não sabemos o que é. Depois de anos relutando, cedi aos amigos e à tendência tecnológica. Tenho identidade virtual: estou nas redes sociais – primeiro, twitter, daqui a umas semanas, quem sabe (?), facebook. Dou 140 toques legais com alguns torcedores. Muitos, contudo, chateiam-se com críticas se o time vence. Colam o selo “inimigo”. Querem ouvir o oba-oba de sempre. Deve ser porque fica tudo perfeito. Como no Carnaval.

Marcelo Sant´Ana é repórter especial e escreve quinta e domingo. Coluna publicada na edição impressa do jornal Correio* do dia 3 de março de 2011

Leia também:

Foto do autor
AUTOR

AUTOR

Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!

Acesse a comunidade
Acesse nossa comunidade do whatsapp, clique abaixo!

Mais em Esportes