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Romário trabalha para investigar a CBF e seus contratos |
O deputado Romário (PSB-RJ) protocolou na quarta (5), na Mesa Diretora da Câmara, requerimento para a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar irregularidades na Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O ex-jogador acusa a instituição máxima do futebol nacional de desviar pagamentos de benefícios a conselheiros da entidade, enriquecimento ilícito de funcionários, irregularidades na organização de jogos e manipulação em convocações de jogadores.O deputado, ex-jogador de futebol e campeão do mundo em 1994 pela seleção brasileira, conseguiu 188 assinaturas, 17 a mais que o número mínimo de 171 adesões necessárias para a criação de uma CPI na Câmara. No entanto, isso não garante que a comissão será efetivamente criada.Há uma fila com nove pedidos de criação de CPIs na Casa. O regimento da Câmara prevê o funcionamento de, no máximo, cinco comissões parlamentares de inquérito ao mesmo tempo. Para que a CPI da CBF seja criada será necessário esperar a instalação das comissões cujos pedidos foram protocolados antes e aguardar o término dos trabalhos das CPIs que excederem o máximo de cinco.Outra possibilidade seria a apresentação de um novo requerimento com os mesmos termos, mas na forma de projeto de resolução. Nesse caso, a proposta teria que tramitar em pelo menos duas comissões e depois ser aprovada pelo plenário da Câmara. O regimento da Casa não limita o número de CPIs funcionando simultaneamente no caso de serem criadas por meio de projeto de resolução.
Denúncias - Entre as denúncias apresentadas por Romário está um patrocínio de R$ 7 milhões da TAM para a CBF que estaria sendo desviado para empresas ligadas a laranjas de Ricardo Teixeira. O cartola também estaria recebendo R$ 150 mil como consultor, mesmo depois de ter sido substituído na CBF. A contratação teria sido feita pelo atual presidente, que também aumentou o próprio salário e o de toda a diretoria após sua eleição.A CBF já foi investigada na CPI CBF-Nike, em 2000, por suspeita de desvio de recursos e ingerência sobre resultados de jogos por parte da patrocinadora. Para Romário, nem tudo foi esclarecido, ele diz ter documentos que mostram desvios em um jogo amistoso contra Portugal, ocorrido em Brasília, que segundo Romário movimentou R$ 12 milhões. “Em um só jogo, é absurdo”, disse.
*Com informações da Agência Brasil e Agência Câmara