Pense num futuro incerto... É o de Eduardo. O cara vive do futebol, mas quando é hora dar um tapa com a perna direita, a bola parece detestá-lo. É dureza ela seguir o rumo certo. A explicação está na cabeça do lateral. Apesar de não ter mais limitação física no tornozelo esquerdo, tem medo de apostar na perna canhota no momento do apoio.
Este detalhe é um problemão pra ele e para o Vitória, que só pode devolvê-lo ao Paulista, com quem Eduardo tem contrato até o fim do ano, quando o canhoto estiver em condições de jogo. Pra quem não lembra, Eduardo sofreu fratura e luxação no tornozelo, na derrota do Leão para o São Paulo, por 2x0, dia 6 de outubro, pela Série A do Campeonato Brasileiro.
A previsão médica era que ele estivesse apto a jogar a partir de hoje, quando completa seis meses da cirurgia, realizada dia 14 de outubro. "Quando comecei os trabalhos físicos, tive uma inflamação no osso que foi operado. Fiquei um mês tratando. Ainda estou mancando pelo receio", disse o lateral, que há três semanas faz trabalho físico na Toca do Leão.
Nisso, o Paulista já teve que enviar duas prorrogações de contrato para ele seguir o tratamento aqui. A primeira, por mais três meses, no fim de dezembro, quando se encerraria seu vínculo com o Vitória. A segunda, há poucos dias, até o final de abril.
Pelo visto vai precisar de outra: "Não tem previsão. Ele ainda precisa trabalhar muito essa correção mecânica (o receio de pisar firme com a pernaesquerda)", fala o preparador físico Alex Fernandes, responsável pela recuperação final do atleta.
Contrato - Aí, vem a pergunta: depois de recuperado, o Vitória vai ficar com ele? Com dois laterais esquerdos no elenco (Eduardo Neto e Ernani), o piauiense que completa 22 anos no próximo dia 18 não é prioridade pra diretoria rubro-negra. Antonio Lopes sequer pode dar um pitaco, já que na época da lesão, o técnico era Ricardo Silva.
Entretanto, Eduardo, que atuou em 12 partidas pelo Vitória no último Campeonato Brasileiro, está louco pra ficar. "Minha vontade é de seguir aqui. O Paulista está dificultando. Eles querem que eu renove, mas não vai ser bom pra mim e pra minha família", fala o pai da pequena Letícia, de apenas nove meses.
Pensar no futuro é importante, mas a prioridade é ter p aciência. "Preciso tirar da minha cabeça o medo com a perna esquerda", larga, esperançoso. Como diz o ditado, a pressa é inimiga da perfeição.
Matéria publicada na edição impressa do jornal Correio* do dia 14 de abri lde 2011
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