"O cara veio atrás de mim, deu uma pegada, e eu fui em cima dele mesmo. O técnico me colocou de castigo e mandou ficar dando voltas no campo até o jogo acabar". Imagina que assim se descobre uma paixão? Foi isso mesmo o que aconteceu com Edvaldo Gomes da Silva, nome pelo qual quase ninguém conhece o 'velho' Araçá, há muitos anos atrás. Hoje, aos 53, ele se divide entre a rotina de porteiro e a antiga paixão pela corrida de rua, descoberta depois do curioso incidente.
No episódio da briga, Araçá foi esquecido no castigo, mas nem assim saiu dele. Quando o técnico percebeu que o esquentado jogador não parava de correr, entendeu que o lugar dele não era bem na grama, mas na pista. Tendo largado de uma ironica punição, Araçá então se encontrou com seu destino de corredor.
Na primeira competição em que participou, os Jogos dos Industriários, no início da década de 80, duas vitórias. Provas dos cinco e dez quilômetros vencidas e mais um indício de que o tal castigo foi eficaz. Daí em diante foram longos passos até o atleta com nome de fruta ficar entre os mais premiados corredores baianos daquela época.
Tênis? Só depois de muitas corridas. "Eu gostava de correr descalço",
revelou o mais veloz porteiro da Universidade Federal da Bahia. Outra
mania curiosa de Araçá era sair por último em muitas das disputas que
travou na pista. Não por menosprezar os adversários, ele conta, mas para
sentir a obrigação de dar mais de si. E ainda garante: "nunca tomei um
capote". Aos menos habituados às corridas, tomar um capote é ser
ultrapassado pelo líder e se tornar retardatário.
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