A qualidade técnica é inquestionável. Passada larga, passe na medida e boa visão de jogo. Talisca é bom de bola, mas ainda falta algo para o meia estourar no Bahia. Torcida e crítica, cientes do potencial do jogador, pegam no pé e cobram mais objetividade. “É o meu jeito. Não sou marrento. Essa é a minha função dentro de campo. Preciso arriscar”, defende-se o garoto elogiado pelo técnico Cristóvão Borges após o triunfo por 1x0 sobre a Portuguesa, domingo.Confira a Conectado deste mês de novembro. A revista digital do iBahia está imperdível!
No elenco profissional desde o início do ano, Talisca tem 19 anos e fez 36 jogos pelo clube, sendo 16 como titular. Nesse período, marcou dois gols e deu seis assistências. Devido à boa atuação do último final de semana, deve seguir na equipe titular diante do campeão Cruzeiro, domingo, às 16h, no Mineirão. “Bom que ele voltou ao time com personalidade. Ajudou a equipe de todas as formas. Jogador com qualidade técnica e marcação. Com certeza vai se tornar um grande atleta”, disse Cristóvão.Fahel lamenta momento do Bahia e projeta fazer diferente na próxima temporadaCristóvão Borges já pensa no Cruzeiro e quer estragar a festa no MineirãoMais de 60 mil pessoas são esperadas no estádio mineiro, que contará até com dois trios elétricos (na área externa) no jogo de entrega da taça para o Cruzeiro. Assusta, Talisca? “O Bahia não é qualquer um. Já ganhamos de grandes times nesse campeonato. Se para eles é o jogo da festa, para nós é uma guerra. É como se fosse final de Copa do Mundo”.Em 13º lugar e com 45 pontos, três acima da zona de rebaixamento, o tricolor precisa ganhar do Cruzeiro para praticamente afastar qualquer hipótese de rebaixamento (apenas uma combinação muito improvável rebaixaria o Esquadrão com 48 pontos).Contra a Lusa, Talisca atuou mais recuado, diferente do início do campeonato, quando Cristóvão testou ele como ponta-direita. Apesar de não escolher posição, o jogador afirma que rende mais como terceiro homem do meio-campo. “Gosto de vir de trás e ser o primeiro jogador à frente dos volantes. Me sinto bem ali. Minha intenção sempre é evitar o chutão dos zagueiros para Fernandão”, diz.O maior defeito, ele não demora a reconhecer. “A marcação. Procuro sempre fazer o melhor e estou treinando muito para evoluir. No último jogo dei carrinho e saí acabado, cheio de câimbra. Sempre converso com Cristóvão para melhorar nesse sentido”. Talisca também quer diminuir o número passes errados. Para isso, pede compreensão da torcida. “Se estou em campo, a bola precisa passar por mim. Lomba vai precisar sair do gol para fazer isso? Não. Mesmo que a torcida fique retada, vou continuar tentando. É do jogo. A bola começa de um lado e precisa terminar do outro. Futebol é assim”, assegura, cheio de personalidade.Com passagem por seleções brasileiras de base e contrato até 2017, neste semestre Talisca foi oferecido à Udinese, da Itália, mas a negociação não se concretizou. Ele afirma estar focado no tricolor e avalia que as dificuldades enfrentadas ao longo do ano o fizeram crescer como atleta profissional. “Meu pensamento é no Bahia, em não deixar o clube mais nessa situação. Passei 2013 inteiro observando, aprendendo. Foi um ano difícil, mas que serviu para melhorar em muitos aspectos”, acredita.Ao fim da conversa, o garoto pede para mandar um recado ao torcedor. E repete: “Não sou marrento. Sou até um cara tímido”, brinca, aos risos. Depois, conclui com seriedade. “Sempre vou honrar a camisa do Bahia. Superei vários desafios aqui e acredito em um ano de 2014 melhor para mim e para o clube”. Time - O zagueiro Lucas Fonseca, com dores no tornozelo, e o atacante Wallyson, na coxa, são as dúvidas de Cristóvão para domingo. Lucas dificilmente joga. Feijão está suspenso e Fahel volta ao time.
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