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Tem regra demais - por Herbem Gramacho

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11/03/2011 às 11:21 • Atualizada em 29/08/2022 às 14:09 - há XX semanas
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Nada melhor que o Carnaval para fugir do futebol nosso de cada dia. Um refresco na mente viciada de Ba-Vi, Atlético de Alagoinhas, Vitória da Conquista, Fluminense, Bahia de Feira, Ronaldinho Gaúcho e Barcelona. Futebol, só nas bandeiras espalhadas pelo circuito e na rápida lida no site do time preferido, mais pelo vício que pela vontade de ver bola. Ou naquele encontro com o jogador de time tradicional da capital que abaixa a cabeça quando vê o jornalista no camarote, como se até na hora da folia o sujeito não tivesse direito de brincar, dar risada e tomar a cerveja ou o uísque dele em paz, sem dar satisfação a ninguém - desde que o rendimento atlético não seja muito comprometido.

Pois até nesse momento tem gente querendo regular. "Quem for visto na rua depois das 11 vai ser multado", disse seu Antonio Lopes, cheio de nove horas e de autoritarismo fora de hora, antes de liberar a turma rubro-negra pra botar o bloco na rua no sábado de Carnaval.

Bate o pé pra ver qual é, seu delegado. O pessoal na Toca já passou dos 18 anos para ter que aguentar essa brabeza toda. E outra: o treino seguinte seria só na segunda-feira; o jogador teria o domingo inteiro para curar a ressaca, descansar as pernas, beber muita água de coco e começar a semana bem para, já classificado, ganhar do Juazeiro. Parece castigo por ter perdido pro Botafogo da Paraíba.

Por isso dou mais valor ao Santos, que liberou Neymar para curtir o "Foge, Foge, Mulher Maravilha" aqui com a gente. O menino de 19 anos, cheio de energia, subiu no trio sábado e arrebentou com a Portuguesa de Jael e Ananias na Quarta-feira de Cinzas. Tudo bem que não tem nenhum Neymar na Toca do Leão, mas não custa nada dar uma aliviada na tensão de vez em quando.

É isso que faz com maestria a galera do Clube Social Unidos de Castelo Branco, no bairro de mesmo nome. O campeonato, que começa dia 3 de abril, tem jogo todo domingo até dezembro. É mais longo que Série A e Série B, do jeito que Garrincha gosta. Acabou a partida no campo do Beira-Lixo, a boleirada se reúne e toma uma gelada, sem dor na consciência. O treinador bebe junto e até os cartolas Marcos e Periquito vão na onda. Nem na festa de premiação - sim, o negócio lá é organizado - os caras têm a máscara do mundo profissional.

Moisés recebeu o prêmio de melhor jogador do campeonato do ano passado e, na humildade, subiu no palco e discursou: "- Eu quero dar esse prêmio a Jorge Dentão, que merece". A torcida do Real Madri, antes com fama de violenta, saiu com prêmio de melhor também. E depois veio a confraternização, com uma banda de partido, cerveja gelada, salgadinho, a velha guarda reunida e muita prosa, todo mundo pronto para mais um ano. Sem muita regra, mas com muita alegria.

*Herbem Gramacho é sub-editor de Esporte e escreve durante as férias
do editor Eduardo Rocha. Coluna publicada na edição imprensa do
Correio* do dia 11 de março de 2011

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