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Teoria e prática: conheça as ideias de Ney e Marquinhos Santos

Setoristas e comentaristas traçam os perfis dos comandantes da dupla Ba-Vi antes da grande final do Campeonato Baiano

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11/04/2014 às 18:00 • Atualizada em 31/08/2022 às 8:02 - há XX semanas
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Às vésperas do Ba-Vi que definirá o campeão baiano de 2014, comentaristas e setoristas da Rede Bahia fizeram, a pedido do iBahia, uma análise dos comandantes rivais e do que pode acontecer na partida deste domingo (13), no estádio de Pituaçu, a partir das 16h. O primeiro duelo, na Arena Fonte Nova, foi vencido por 2 a 0 pelo tricolor baiano e, para conseguir o título, o Bahia pode empatar ou até perder por um gol de diferença. Missão difícil para o Vitória, que era dono da vantagem do empate por ter feito a melhor campanha nas fases iniciais, mas a deixou escapar no primeiro clássico.
Segundo o comentarista da rádio CBN Salvador, Elton Serra, enquanto Ney Franco "é um técnico com uma consciência mais ofensiva", Marquinhos tem se dado melhor por "se preocupar mais em montar o time em função de como os adversários jogam". "O Ney não tem medo de colocar o time para frente, mas acaba se arriscando demais e às vezes não consegue o resultado por conta disso. Por vezes o ataque não encaixa e a defesa fica exposta, mas é uma mentalidade bem para frente mesmo, que eu acredito ser positiva. Na maioria das vezes dá certo. Já o Marquinhos é um cara mais pragmático, que estuda o adversário. As vezes o time dele é mais ofensivo contra um e mais defensivo contra outro, muito em função de ele estudar mais o adversário do que o Ney Franco. Não que o Ney não estude, mas o Marquinhos tem esse cuidado especial. O time do Ney Franco joga aberto independente do adversário", explicou.
Comentarista de futebol da TV Bahia, Darino Sena foi além. Para ele, Marquinhos Santos enfrenta uma grande dificuldade para organizar a equipe ofensivamente e seu grande mérito foi neutralizar o Vitória nos clássicos, já que contra as equipes menores acabou por ter mais dificuldade.
"O Marquinhos teve muita dificuldade de armar o Bahia ofensivamente. Quando o Bahia precisou propor o jogo, o time se complicou. Teve maior dificuldade com os (times) menores do que o Vitória, porque existe uma dificuldade na criação. O time depende muito dos laterais para criar e falta aquela referência, o homem de área no ataque. Mas o time se comportou muito bem nos clássicos, porque pôde adotar uma postura diferente, pôde se dar ao luxo de esperar o Vitória e definir a estratégia a partir do estilo de jogo do adversário. O grande mérito do Marquinhos é não ter deixado o Vitória jogar. É lógico que existe mérito dos jogadores, mas é muito mérito do Marquinhos, que soube explorar a fraqueza dos adversários", disse, antes de fazer um prognóstico do que o Bahia deve enfrentar na sequência da temporada se continuar com o mesmo estilo.
Darino: "Marquinhos soube explorar a fraqueza dos adversários"
"No Campeonato Brasileiro, eu penso que o Bahia vai ter muita dificuldade porque é um time que ataca de forma desorganizada e, quando precisa sair, deixa muitos espaços na defesa. Pelo que a gente viu do Marquinhos até aqui, ele é um cara conservador. Chegou no Bahia com o discurso de implementar uma filosofia ofensiva, mas não foi isso que aconteceu. O meio de campo cria pouco, é um time que ataca com poucos jogadores, não chama a atenção pela ofensividade. O Bahia marcou poucos gols, mas apesar de ser mais conservador, é um time mais malandro, rodado, com jogadores experientes e que sabem se impôr em campo", completou.
Sobre Ney Franco, Darino destacou a ousadia com que o treinador monta seus times, mas apontou as fraquezas do mesmo. "Eu gosto do estilo dele. É um cara que está sempre buscando mexer no time para deixar mais ofensivo. É difícil ver o Vitória segurando o resultado, mas neste campeonato tem sido vulnerável e isso é culpa do treinador, porque faltou um encaixe na marcação, salvo o jogo contra o Vitória da Conquista — 6x0 para os rubro-negros. O Vitória sempre foi um time que atacou muito. Contudo, o Ney Franco não mostrou capacidade para resolver um problema crônico do Vitória, que são os gols levados de bola parada, bola aérea. O time do Campeonato Baiano é desequilibrado. Quando pegou o Bahia, só tomou porrada. É um treinador que tem a veia ofensiva, mas que nesse campeonato não conseguiu achar um equilíbrio", pontuou.
Quem cobre o dia-a-dia - Setorista do Bahia no jornal Correio*, o repórter Miro Palma focou na partida de domingo. De acordo com sua análise, o técnico Marquinhos Santos deve aprontar alguma surpresa, como vem acontecendo nos últimos clássicos. "Acredito que, como ele tem o desfalque do Uelliton, ele não vai se abrir tanto nesse Ba-Vi. Com certeza ele vai aprontar alguma surpresa. Ele está aprontando em todos os Ba-Vis. O Marquinhos deve colocar o Rafael Miranda no lugar do Uelliton, mas ainda estou esperando uma surpresa dele, que deve jogar com três volantes. Penso que só mesmo os jogadores vão saber o que ele vai fazer. Estou imaginando que o Bahia vai jogar com três volantes: Rafael, Fahel e Pittoni, algo por aí", analisou.
Ainda de acordo com Miro, apesar de jovem, o treinador demonstra personalidade e deve seguir no cargo mesmo se perder o título no fim de semana. "Acho o Marquinhos ainda um pouco jovem. Talvez o Bahia não fosse o time ideal pra ele começar a carreira, porque está no início ainda. No entanto, ele tem mostrando muita personalidade e, dentro das convicções dele, está fazendo o trabalho certo. Foi nítida, apesar de lenta, a evolução que ele teve nos últimos jogos. Acredito que o clube deve continuar com ele, mesmo perdendo o título. Devem continuar apostando nesse trabalho, porque a gente nota que os jogadores têm um respeito muito grande pelo Marquinhos Santos".
Ney Franco conta com a volta do atacante Dinei para decisão de domingo, em Pituaçu
Acompanhando a rotina do Vitória diariamente, o setorista rubro-negro do jornal, Angelo Paz, destacou a tranquilidade do técnico do Leão dentro de campo e a liberdade que ele dá aos jogadores nos treinamentos como pontos positivos, mas pregou cautela com a parte defensiva do time, que enfrenta dificuldades desde as saídas de Victor Ramos e Kadu, dupla titular em 2013.
"O Ney Franco é um técnico com um perfil bem tranquilo. Durante o dia-a-dia, a interferência dele no treinamento não é tão grande, até porque ele só treina, de fato, nos últimos dias da semana. Ele tem a preferência tática muito definida de ser agressivo, de atacar, que foi a principal característica do Vitória em 2013. Nesse ano tentou manter o mesmo desenho tático no início, mas a derrota para o América-RN por 3 a 0 fez com que ele mudasse um pouco o estilo de jogar, dando um pouco mais de marcação à equipe. Ele ainda está procurando uma equipe para o Vitória. Domingo, eu acredito, pelos treinamentos que vejo, que ele vai colocar um time extremamente ofensivo, mas que tenha pegada no meio de campo, já que ele foi muito surpreendido pelo Bahia nos dois Ba-Vis da Fonte Nova".
Setoristas da rádio CBN Salvador, André Hiltner (Vitória) e Bruno Queiroz (Bahia) fizeram análises parecidas dos dois treinadores. Os dois classificaram os comandantes como "ousados", mas enquanto um evoluiu bastante e teve seu controle no vestiário outra vez destacado, o outro não conseguiu fazer sua preferência tática fluir.
"O Ney Franco tem um perfil bem tranquilo. Um cara que nasceu em Vargem Alegre, Minas Gerais, tem que ser tranquilo. É um técnico que sempre mostrou ser ofensivo, ousado. Desde o ano passado o esquema dele é assim e, na última quarta-feira (9), inclusive, treinou com quatro atacantes: William Henrique, Marquinhos, Souza e Dinei. Talvez não seja o time que vá jogar domingo, mas já demonstra um pouco do que ele pensa para a partida. Quando ele chegou, no ano passado, encaixou um time que estava desorganizado, mas o time não encaixou neste ano, mesmo fazendo experiências, até porque perdeu muitos jogadores. Ainda assim, conseguiu fazer a melhor campanha e pode ser campeão ganhando só um Ba-Vi", explanou Hiltner.
"Marquinhos é um treinador bem ousado. Acho que ele provou isso nos clássicos que o Bahia venceu, quando colocou Maxi, Rhayner, Lincoln e Talisca. Dessa vez ele deve colocar os três volantes: Pittoni, Rafael Miranda e Fahel, até pelo fato de não ter Uelliton. Penso que, principalmente pelo fato de o Marquinhos ter o controle do vestiário, os jogadores que trabalharam com ele deram uma consistência maior ao time. Existe um sistema de jogo bem definido, então vejo que o fato de ele ter a confiança dos atletas faz com que todos se doem. Esse fator surpresa tem sido decisivo para o Bahia ao longo da temporada", disse Queiroz, antes de arriscar a escalação tricolor para a decisão. "Vejo a escalação com Pittoni no lugar de um dos atacantes. Deve ser Marcelo Lomba; Diego Marcedo, Demerson, Titi e Pará; Fahel, Rafael Miranda e Pittoni; Rhayner, Maxi Biancucchi e Talisca", finalizou. *Sob orientação do repórter Hailton Andrade

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