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Time dos sonhos BaVi: Seu Tim, o mestre

Mesmo sem ter sido campeão no Vitória, treinador saiu vencedor pelo colégio eleitoral rubro=negro do Correio

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05/02/2011 às 13:02 • Atualizada em 29/08/2022 às 11:26 - há XX semanas
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Foto: Arquivo CorreioAcima de tudo, o talento. Este bem poderia ser o lema da vida de Tim, que dedicou sua existência ao melhor futebol brasileiro. Quando criança, seu apelido era Ti, só depois ganhou o m.

Nasceu numa fazenda, em 1916, e logo aos sete anos, conheceu o prazer de bater os babas nas ruas de Ribeirão Preto, interior paulista. Elba de Pádua Lima começou aos 12 anos, no Botafogo de Ribeirão, e logo aos 15, já jogava no time de cima.

Barrou o ídolo botafoguense, Piquetote, e continuou precoce: aos 18, foi vendido para a Portuguesa Santista, chegou à Seleção Paulista e foi campeão brasileiro. Naquele tempo, o campeonato nacional era disputado entre seleções estaduais e seu vencedor pegava muito moral.

Assim, Tim foi convocado para a Seleção Brasileira terceiro lugar no Mundial da França em 1938. Foi pro Fluminense do Rio e viveu seu auge. O meia habilidoso ganhou cinco vezes o título carioca e marcou 71 gols pelo Pó de Arroz. Jogou também no São Paulo e no Botafogo do Rio. O futebol era mesmo sua grande paixão e, quando o fôlego começou a faltar, Tim deu um jeito: virou treinador e jogador do Olaria. E aí, fez uma segunda carreira no mundo da bola: treinou até a seleção peruana, além de clubes do Brasil e da Argentina, onde ficou famoso com o apelido de El Peón.

HONRADOS - O prof. Tim conquistou o título carioca pelo Bangu, em 1966, ao vencer o Flamengo. Também botou faixa pelo Vasco em 1970, mas curiosamente saiu vencedor pelo colégio eleitoral rubro-negro do CORREIO, mesmo sem ter sido campeão pelo Vitória. Afinal, nem tudo é título na vida. O reconhecimento ao estrategista, ao amante do bom futebol e à pessoa de Tim, revela que os valores do desporto ainda resistem, da mesma forma como foram construídos na Era Moderna.

Para Tim, não bastava vencer, era fundamental respeitar as regras do jogo e dar qualidade ao futebol. Talvez por isso, terminou triste com a arte que tanto amava. Antes do apito final de sua vida, em 1984, Tim reconheceu: "Estou desgostoso com o futebol, esporte que sempre enxerguei com olhar apaixonado, contrário às jogadas extra-campo. O futebol vem transformando homens honrados em inescrupulosos".

VÍCIO - Tim armou o timaço do Vitória de 1976, que tinha no ataque Afrânio, Osni, Fischer e Valdo. Pensador, inquieto, Tim dormia pouco, uma média de três a quatro horas por noite. Ideia fixa no
próximo jogo, o cigarro era seu amigo mais fiel.

Curtidor da boa mesa, Tim adorava dar palpites na arte culinária de dona Tidinha, cozinheira eterna do Vitória, na sua passagem pela Toca do Leão. A família, que morava no Rio, ficava na saudade.
Quando a mulher ameaçava largar o treinador, ele era obrigado a admitir: "o amor ao futebol é maior que tudo".

VOTO A VOTO

Tim(5)
Alexi Portela, Alvinho, Beto Silveira, Bougê e Sinval Vieira

Aymoré Moreira (1)
Paulo Leandro

Pinguela (1)
Vovô do Ilê

Paulinho de Almeida (1)
André Catimba

Carlos Froner (1)
Carlos Libório

Toninho Cerezo (1)
Luciano Santos

Carpegiani (1)
Mário Silva

Ricardo Gomes (1)
Paulo Carneiro

*Matéria publicada na edição impressa oo jornal Correio do dia 5 de fevereiro de 2011

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