O tom de respeito ao rival é titular absoluto na dupla Ba-Vi. Jogadores e técnicos evitam declarações polêmicas. Já segurar a língua do torcedor... É missão impossível. Como virou marca registrada nos clássicos dos últimos anos, parodiar músicas de sucesso é especialidade das duas torcidas na hora de fazer chacota com o rival. Rola de tudo: axé, pagodão, funk...
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Bastou um rolé pela capital baiana na semana do primeiro Ba-Vi da semifinal do Baiano pra perceber que já há canções bem ensaiadas pra levar a multidão, 16h, em Pituaçu. Na Rua do Corpo Santo mesmo, onde ficamas lojas de materiais esportivos do Comércio, é resenha pura. Destaque para os vendedores Fábio Nascimento, o Calango Tricolor, e Anderson Silva, o Cara de Jegue rubro-negro: esses dois aí cheios de sorriso na foto acima.
Vivendo momentos distintos, Bahia e Vitória começam briga por vaga na final Polêmica - Eles se conhecem há três anos, tempo em que ambos trabalham no local, cada um em uma loja. Enquanto Calango tirava a maior onda no meio da rua, cheio de conversa pra cima da reportagem, o parceiro Anderson saiu da loja em que trabalha, bem em frente a do amigo. Com uma bandeira do Vitória na mão, escutou de Calango, 31 anos, morador de Saramandaia: "Cadê sua estrela? Tenho não, posso não, posso não, sou segunda divisão". A paródia do sucesso "Vou Não", do forrozeiro Reginho teve, resposta em ritmo de funk. Canta aí, Cara de Jegue: "Dança, dança, dança... Dança da bundinha, em Pituaçu, Superman virou Sardinha", largou Anderson, 25 anos, lembrando da frase polêmica de Joel Santana, que tratou o Bahia como peixe pequeno.
Matéria publicada na edição impressa do jornal Correio* do dia 24 de abril de 2011