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Ryder vai tentar mostrar serviço na Copa SP de Futebol Jr |
Se na Toca do Leão os frutos já estão maduros e a colheita é farta, no Fazendão, o terreno ainda está sendo preparado. As sementes são férteis e a afirmação do meia-atacante Gabriel no Brasileiro deste ano prova isso. As vendas do volante Filipe e do meia Paulinho também servem de exemplo, assim como os nove atletas do Bahia convocados para a Seleção Brasileira na temporada. Apesar da previsão de fartura, poucos resultados ainda são vistos na equipe profissional e isso se deve, principalmente, à filosofia adotada pela diretoria. Nas últimas duas temporadas, o clube deu mais espaço a veteranos em final de carreira do que a suas próprias crias e pagou por isso. Medalhões como Carlos Alberto e Manici não renderam nem perto do esperado e custaram caro aos cofres do clube. A solução muitas vezes esteve ao alcance das mãos, mas os olhos dos dirigentes insistiram em não enxergar. O lateral-esquerdo Jussandro é um exemplo. Antes de ganhar oportunidade como titular, outros quatro atletas tentaram se firmar na posição: William Matheus, Gerley, Romário e Gutiérrez. Fora os volantes Hélder e Victor Lemos. "O Vitória tem continuidade de trabalho. Eu levei Carlos Amadeu (técnico do time júnior) para o Vitória em 1992. Fiquei 10 anos, depois chegou Sinval (Vieira) e depois Epifânio (Carneiro). Mudamos comandantes, mas a filosofia é a mesma", diz o coordenador da base do Bahia, Newton Mota, no cargo desde 2009. "Em sete anos longe da Série A, o Bahia diminuiu bastante os investimentos na base. Em 2009, o clube retomou essa política, mas, quando o Bahia subiu, em 2010, houve uma preocupação em não cair e o grande objetivo foi se manter. Em 2011, o clube se preocupou em fazer sua base do time, tanto é que foi campeão baiano em 2012 com a base formada antes, com jogadores como Lomba e Titi", analisa.
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Newton Mota garante "políticas mais sólidas" pela base em 2013 |
Evolução - O A promoção de três jogadores da base já no início da temporada dá sinais de que a filosofia tricolor pode começar a mudar em 2013. O volante Anderson e os meias Talisca e Ítalo Melo se reapresentarão junto com o elenco profissional no dia 3 de janeiro, quando o clube inicia a pré-temporada. "Já treinei com os profissionais e o professor Jorginho gostou de mim. Não deu pra me colocar nesse Brasileiro por causa da briga pra não cair, mas conversou comigo, é boa pessoa e gosta de mim. Vou esperar minha chance", comemora Talisca, que se recupera de uma tendinite no joelho. Aos 18 anos, Talisca foi o único tricolor convocado pela Seleção Brasileira para o Sul-Americano Sub-20, que será disputado em janeiro, na Argentina. Deveria embarcar nesta segunda para o Rio de Janeiro, mas foi cortado do grupo por causa da lesão diagnosticada no sábado. Os atacantes Ryder e Mateus serão observado durante a Copa São Paulo. Se forem bem, também sobem para o time profissional. "O Bahia passou dois anos de reciclagem e reformulação. Não é fácil um clube não ter elenco definido e subindo de divisão fazer uma política de base. O ano com políticas mais sólidas e visíveis em relação a isso vai ser esse ano (2013)", garante Newton Mota.
Empréstimos - Há a possibilidade de Rafael Gladiador ser emprestado para o futebol japonês, mas, a princípio, seguirá na equipe principal, junto com os também formados na base Omar, Ávine, Madson, Jussandro e Gabriel. O goleiro Renan, o zagueiro Dudu, os laterais Lucas e Gil Bahia, os volantes Lenine e Thiago Bonfim serão emprestados ao Olaria, onde disputarão o Campeonato Carioca. Lá, serão treinados pelo auxiliar Chiquinho de Assis, também emprestado para a equipe do Rio de Janeiro. O meia Fábio é outro que pode ir para o Olaria, mas a diretoria ainda estuda deixá-lo no Fazendão. No caminho inverso está o lateral-esquerdo Erick, um dos destaques do Esquadrãozinho na Copa do Brasil Sub-20. O Bahia foi eliminado na semifinal do torneio pelo Atlético-MG, na terça-feira, em Pituaçu, mas o jogador aproveitou bem o tempo em que esteve em campo. O contrato de empréstimo dele vai até 31 de janeiro, mas o Bahia já mostrou interesse em assinar por três anos. "O atleta está aprovado. Uma cláusula no contrato estabelece a possibilidade do Bahia ficar com ele em definitivo. Vamos fazer um contrato de três anos e o Olaria terá um percentual em caso de venda", explica Newton Mota. Erick tem 19 anos e vai disputar a Copa São Paulo.
Grana - O orçamento da base tricolor em 2012 foi de R$ 350 mil por mês e deve subir para R$ 385 mil no próximo ano. Longe do ideal (em torno de R$ 500 mil, segundo Mota), a verba não é suficiente para promover participações em campeonatos no exterior. Esse ano, a base tricolor só disputou uma competição internacional. Em janeiro, a equipe sub-17 viajou para Santiago do Chile e foi eliminada pelo Colo- Colo nas semifinais do Torneio Internacional de Futebol Juvenil Esperanza Alba. Os custos da viagem giraram em torno de R$ 80 mil. O orçamento enxuto e a inexistência de projetos de marketing ou parcerias comerciais voltadas para a base inviabilizaram a exibição dos garotos em outros países.
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Gabriel se destacou em torneio disputado na Itália em 2011 |
"Tivemos convite para competições na Alemanha, Itália e Holanda, mas não pudemos ir porque não conseguimos patrocinadores. Isso é uma deficiência do clube. Comercialmente, o Bahia tem potencial e poderia ter um trabalho mais forte, até porque existe também a pré-viagem e a pós-viagem", analisou Mota. Entre as recusas da temporada, a participação no Troféu Angelo Dossena, torneio italiano em que o Esquadrãozinho de Aço foi campeão em junho do ano passado. Atletas como Gabriel e Rafael, hoje no time profissional, além de Maranhão, negociado para o futebol mexicano, levantaram a taça na ocasião. Os mais novos não tiveram a chance de tentar repetir o feito. "Faríamos o jogo de abertura, foi a 36ª edição de um torneio tradicional, que tem cobertura de TV pra toda a Itália. Maranhão começou a ser olhado naquela viagem. Ele se destacou naquele torneio e foi eleito o melhor jogador daquela final. Hoje, os observadores acompanham as ações dos clubes. Sempre é bom viajar para o exterior. Os 12 principais clubes da Série A fazem de três a quatro viagens para o exterior por ano. Essa dificuldade de conseguir dinheiro para viajar para o exterior é uma preocupação", admite. A estrutura também precisa melhorar. Este ano, o alojamento da base ganhou ar-condicionado nos quartos e reforma no refeitório, mas a condição dos campos de treinamento ainda prejudica o desempenho e provocando lesões. "O Grêmio tem 10 campos só para a base. Nós temos dois e um é com dimensão reduzida. Usamos mais de 32 horas por semana, o terreno fica irregular e o piso, duro". Pra colher bons frutos, é preciso cuidar das sementes.
TÍTULOS DA BASE EM 2012 | TRICOLORES NA SELEÇÃO 2012 |
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Sub-13 Copa Independência Sub-14 Copa Gazetinha do Espírito Santo Copa Futebol Show do Nordeste de Ibirataia Copa Irecê Sub-15 Campeonato Baiano Infantil Sub-17 Campeonato Baiano Juvenil Copa Metropolitana | Sub-20 Anderson Talisca, meia (2 vezes) Ítalo Melo, meia-atacante (2 vezes) Felipe, volante (antes de ser vendido, foi convocado 1 vez) Sub-17 Alef, lateral-direito (3 vezes) Sub-15 Rodrigo, zagueiro (1) Waltencyr Júnior, volante (1) Carlos Mateus, lateral-direito (1) Geovani, meia-atacante (1) Cristiano, atacante (1) |
Em 2013, Bahia promete espaço para os jogadores feitos no Fazendão