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Time entrou para história e fez a festa com a taça |
Arruda pra espantar o azar. Telma Micheli já sabia o remédio para tantos anos sem soltar o grito de campeão. "É pra energizar meu time e tirar o azar jogado pelo rival!". A funcionária pública de 58 anos vai a todos os jogos do Bahia. Antigamente, se virava para arrumar um ingresso, mas ganhou 'o melhor presente da vida' no Natal: uma carteira de sócia-torcedora. "Mas fui pra fila quatro vezes para comprar ingressos pros meus meninos", disse a moradora do bairro do Imbuí. Os três filhos e os três netos estavam no estádio. A mãe, dona Marlene, 76 anos, assistiu a partida em casa.
CLIQUE AQUI E VEJA TODA COBERTURA DO TÍTULO TRICOLOR Coração - Antes do jogo, assim como a funcionária pública Telma, toda a torcida do Bahia estava feliz, convicta do título. Nas barracas, um dominó e uma boa dose de cerveja. No estádio, caixões pro Vitória. O motorista Nadson Araújo, 24 anos, do Vale das Pedrinhas, trouxe um com fotos de Tartá e Neto Baiano e lembrando do aniversário do clube rival. "Fiz de manhã com jornal e isopor. Deixei um buraco aqui pro leão entrar no final".
Veja foto da festa de Falcão, presidente e jogadores após o empate em PituaçuO gol logo aos quatro minutos calou os tricolores, mas o grito voltou e foi de novo. E voltou de novo, num Ba-Vi teste para cardíacos. Um dos torcedores não aguentou e foi atendido pela ambulância, mas era apenas um mal-estar. O título já era antecipado pelos jovens Gabriel Pereira e Tácio Soares, com o número 44 nas mãos, em referência já ao que seria conquistado. No final, os galhos de arruda de Telma pareciam abençoar o goleiro Marcelo Lomba, o paredão tricolor. Ainda deu tempo de tirar um sarro com o rival e cantar parabéns pelos 113 anos do Vitória, completados ontem. Mas o grito mesmo veio com a força de quem estava 10 anos guardado no peito: é campeão!