Na apresentação da comissão técnica no início do ano, que, a partir de então, ficaria sob o comando do ex-interino Ricardo Silva, o presidente Alexi Portela deixava claro que o Vitória cortaria gastos e que 2010 seria um ano modesto para o clube. O elenco, formado basicamente por atletas oriundos da base, provou isso.
Em se tratando de campeonato baiano, daria para empurrar com a barriga até a final (e o Rubro-negro, de fato, acabou campeão). Mas nem o torcedor mais otimista esperava uma campanha tão duradoura na Copa do Brasil. Na próxima quarta-feira (28), o Vitória começa a decidir o título da competição contra o Santos, na Vila Belmiro.
E o pontapé inicial no torneio foi trágico. O Leão perdeu para o Corinthians de Alagoas por 3 a 1, fora de casa. A derrota se tornou ainda mais amarga por conta do rival Bahia, que, dias antes, havia vencido o Vitória-ES por 2 a 0 e avançou à segunda fase sem a necessidade da partida de volta, em Pituaçu. Mas, diante de sua torcida, o Rubro-negro se redimiu. Em casa, atropelou os alagoanos por 4 a 0. Começaria, aí, a saga das goleadas no Barradão.
A segunda fase da Copa do Brasil coincidiu com um período misterioso na Toca do Leão. Na véspera do jogo contra o Náutico, nos Aflitos, a cúpula do Vitória havia entrado em consenso sobre a demissão de Ricardo Silva por conta das más exibições no Baiano. Paulo César Carpeggiani foi contatado e já estava de malas prontas para embarcar em Salvador.
Mas o inesperado aconteceu. O Vitória bateu o Náutico por 1 a 0, fora de casa. Resultado que deixou a direção numa saia justa e evitou a saída do treinador. Com a vantagem, o Leão soube cozinhar o afobado Timbu no Barradão e não perdoou: 5 a 0.
A partir daí, a competição ficou mais acirrada. o Vitória tinha pela frente o Goiás, primeiro adversário da Série A na Copa do Brasil. O primeiro duelo, no Barradão, prometia ser duro. Mas o Rubro-negro jogou por música e voltou a golear. Venceu os goianos por 4 a 0. No jogo de volta, no Serra Dourada, bastou administrar e segurar o 2 a 2 até o apito final.
O fantasma de 2009 deve ter assombrado os jogadores do Vitória por causa do adversário nas quartas de final: o Vasco. No ano passado, na mesma fase, o time carioca eliminou os baianos com um 4 a 0, em São Januário, e empatando em 1 a 1, no Barradão. Em 2010, contudo, foi diferente. O Barradão foi palco do primeiro jogo. O Vitória não goleou, mas venceu por 2 a 0, com propriedade. No jogo da volta, no Rio de Janeiro, o Leão sofreu sua segunda derrota na Copa do Brasil, mas não o suficiente para tirá-lo da competição: 3 a 1 para o Vasco.
O Atlético-GO, que eliminou o Bahia na segunda fase, foi o adversário do Vitória na semifinal. A vitória dos goianos por 1 a 0, no Serra Dourada, parecia ter posto fim ao sonho rubro-negro de chegar à final inédita. O Vitória teria que reverter o placar no Barradão. Tomar gol, nem pensar. Mas era o ano e a vez do Leão. Com o estádio lotado, o time baiano goleou mais uma vez: 4 a 0, com direito a gol de Viáfara.
Mais de dois meses depois da semifinal, por conta da parada para a Copa do Mundo, o Vitória vai, enfim, decidir o título contra o Santos. Na próxima quarta-feira (28), o primeiro duelo da final ocorre na Vila Belmiro. A volta, no Barradão, acontece no dia 4 de agosto. Se tiver que dar mais um passo para a história, que seja diante da sua torcida.
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