Nem a rodagem de Hernane, tampouco a experiência de Fernando Miguel. Zé Roberto e Wallace estão apenas no início de suas respectivas carreiras como profissionais. Compensam, no entanto, com o conhecimento que têm do maior clássico do Norte-Nordeste.
Viver o clube desde a divisão de base é entender o quanto a rivalidade importa para tricolores e rubro-negros. No primeiro Ba-Vi do ano, hoje, às 16h, na Fonte Nova, eles estarão frente a frente, não como coadjuvantes, como se desenhava anteriormente, mas como candidatos a protagonistas da partida. Com ambos já classificados para as quartas de final do Campeonato Baiano, há quem diga que o jogo não vai valer muita coisa. Não pra eles. “A gente da base sofreu muito pelo Bahia já. A gente passou tempo aqui no alojamento com saudade da família e tal. E tinha muita rivalidade, direto tinha clássico. Era aquela rivalidade de moleque. Ficávamos na torcida de outras categorias. Pra gente é, sim, um jogo diferente, é um time diferente pra gente”, explicou Zé Roberto.
O novo ‘paredão rubro-negro’, jogará o primeiro Ba-Vi como profissional. Na base, no entanto, Wallace tem até história pra contar e relembra o clássico que mais marcou. “Marcou o de 2015, que foram duas finais. Eu pude fazer excelentes jogos. O primeiro vencemos por 2x0 e depois perdemos na volta, mas levamos o título e eu fiz grandes defesas”, contou. Para compensar a falta de experiência no time principal, Wallace procura ouvir os conselhos do companheiro e amigo Fernando Miguel. “O próprio Fernando Miguel me dá muitas dicas, o que tem me dado confiança. Um conselho precioso dele foi quando ele disse que a bola mais difícil é sempre a próxima. Me apeguei muito nisso. Outra coisa fundamental que ele me passou é ser um líder em campo, orientar minha defesa e conversar muito”. Wallace chegou ao Vitória em 2013 e tem apenas 20 anos, enquanto Zé Roberto está no Bahia desde 2009 e tem 22. De gerações diferentes, serão adversários pela primeira vez. “Vai ser um prazer jogar contra ele. Por ele ser da base, deve estar com grande expectativa também. Mas como tô defendendo nosso manto, espero vazar ele pra conseguirmos o triunfo”, confia o tricolor. Aliás, existe um bom tempo de invencibilidade por parte do Vitória. A última vez que o tricolor levou a melhor foi no primeiro jogo da final do estadual de 2014, quando venceu por 2x0. De lá pra cá, três empates e três vitórias rubro-negras.
Apesar da pouca idade, Wallace soube usar bem as palavras para transferir a responsabilidade para o rival. “É uma semana chata porque é Ba-Vi e clássico envolve sempre muita pressão, mas do lado de lá as coisas também não estão fáceis, porque o Bahia já tem seis clássicos sem ganhar”, lembrou o arqueiro. Apesar do tabu, o atacante tricolor tem confiança em reverter essa situação. “Vamos ganhar. Ano passado não tivemos a final e nosso time tava forte. No Brasileiro, deixou um pouco cair e esse ano, se Deus quiser, vamos voltar a ganhar o Ba-Vi a começar por domingo (hoje)”, acredita Zé. PressãoConviver com a cobrança da torcida por um resultado positivo, principalmente num jogo como esse, é algo corriqueiro, até mesmo para os mais jovens. Enquanto Wallace fará apenas seu segundo jogo como profissional, Zé Roberto já passou por momentos bons e ruins diante da torcida tricolor, sendo alvo de críticas e até de vaias algumas vezes. “A gente tenta mostrar na aparência que não se abala, mas qualquer jogador no mundo se abala. Os mais famosos, qualquer jogador. Tenho comigo que não é a maioria, mas alguns que me criticam. Tenho um pensamento que é pelo menos 95% da torcida não tenha crítica sobre mim”, diz. Wallace não quer ter que passar por isso e confia no seu potencial para ganhar a confiança do torcedor. “Foi difícil chegar até aqui? Foi. Mas agora a oportunidade é minha e eu vou aproveitar. É um sentimento diferente, porque agora é como profissional. Dá aquele friozinho na barriga, mas tento encarar com naturalidade”. Com tanto tempero, não há como o Ba-Vi não ter graça. Rodada define os confrontos da fase seguinteOutros cinco jogos completam a última rodada da primeira fase do Campeonato Baiano. Apesar dos oito classificados já estarem definidos, hoje é o dia da turma do interior, além do Galícia, evitarem possíveis confrontos com a dupla Ba-Vi logo de cara. A depender da combinação de resultados, até o Bahia de Feira, oitavo, pode terminar o domingo na vice-liderança. Apenas o líder Bahia não perde seu posto. Em terceiro, o Jacobina enfrenta o Flamengo, também classificado, na cidade da Chapada Diamantina. O Feirense, eliminado, recebe a visita do Galícia em Senhor do Bonfim. Já o lanterna Jacuipense pega a Juazeirense em Riachão do Jacuípe. No Adauto Moraes, em Juazeiro, um clássico feirense. O Fluminense joga contra o Bahia de Feira, que tenta evitar um confronto com seu xará da capital na fase de mata-mata. Em Conquista, Conquista e Colo-Colo fazem duelos de desesperados para o torneio da morte, que terá ainda Feirense e Jacuipense. As posições dos quatro últimos definem a vantagem no torneio entre os rebaixáveis. Dois caem.
Sem Hernane, lesionado, é o garoto Zé Roberto que será o camisa 9 tricolor no Ba-Vi de hoje na Fonte Nova |
Com contusão de Fernando Miguel, o jovem Wallace terá a missão de segurar o ataque tricolor no clássico |
Veja também:
Leia também:
AUTOR
AUTOR
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
Acesse a comunidade