O documentário Pajubá iniciou as gravações de depoimentos de pessoas, dando visibilidade às suas vivências e desafios enfrentados nas cinco regiões do Brasil. Após passagem no Rio Grande do Sul, o filme chega à Bahia e tem a participação da presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais Keila Simpson. A gravação da ativista foi realizada nesta terça-feira (03), no Museu de Arte Moderna da Bahia, o MAM-BA. Ao todo, 28 pessoas trans das cinco regiões do país serão entrevistadas na obra.
Pajubá é dirigido por Gautier Lee, cineasta negra, angrense e não-binária, e que tem um desafio nas mãos, que é entrelaçar essas histórias e colocar na tela do cinema.
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“Pajubá representa a pluralidade do nosso país. O Brasil é um país praticamente continental, somos a maior parte da América do Sul e também uma grande parte da América Latina. E a gente está tentando traduzir isso dentro do nosso recorte de vivências, pessoas e cultura trans. Ter Keyla Simpson participando desse projeto é incrível. Quando eu estava nascendo, ela já era ativista. Agora eu estou tendo o privilégio de sentar frente a frente com ela e entrevistá-la, conversar com ela. Esse é o primeiro longa que estou dirigindo e eu vou ter a presença de uma pessoa que está literalmente lutando desde que eu nasci”, comentou Lee.
Primeira travesti a ser nomeada Doutor Honoris Causa no Brasil, título dado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro em 2022, Keila comenta sobre sua participação no filme . “Me sinto muito honrada de participar desse documentário. O filme se comunica com uma parte da população que não está habituada com essas histórias e está tendo a oportunidade de atingir um determinado público. É um pouco disso, de você falar de diversas coisas, comunicando com pessoas que talvez não parariam na esquina pra te ouvir”, disse.
Os desafios de Pajubá
O roteiro do filme é assinado por Hela Santana, escritora negra, trans e baiana, radicada em São Paulo. Além da dificuldade financeira para seguir com o projeto, outros desafios também surgiram durante a construção do roteiro. “Temos um documentário, mas também temos uma narrativa ficcional, com performance e música. A maior dificuldade, para além da óbvia financeira, provavelmente foi encontrar um elemento temático que unisse tudo isso, de uma forma mais prática e que ajudasse na construção de uma narrativa coesa. Ficamos quase três anos na construção desse roteiro e acho que conseguimos chegar em um lugar onde toda a equipe se encontra e se vê satisfeita com ele”, detalha Santana.
Da Redação
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