Todo dia 23 de setembro é comemorado o Dia da Visibilidade Bissexual. A data foi instituída em 1999, durante a 22ª Conferência da ILGA (International Lesbian and Gay Association), nos Estados Unidos, por ativistas dos direitos bissexuais. A escolha marca também a morte de Sigmund Freud, psicanalista que foi o primeiro a abordar a pauta.
Para quem não sabe, essa orientação sexual é caracterizada pela capacidade de atração, sexual e/ou sentimental, por mais de um gênero. Com essa definição é possível perceber e entender que a comunidade LGBTQIAP+ é diversa, múltipla e plural.
Leia também:
O dia 23 de setembro é importante, inclusive, para reforçar: pessoas bissexuais não são confusas ou indecisas. E, infelizmente, muitos que possuem essa orientação sexual ainda precisam reafirmar essa informação.
Por isso, a editoria Fervo das Cores, do portal iBahia, escutou pessoas bissexuais que destacam o que seria, de fato, ter visibilidade na sociedade. Confira:
Bianca Fernandes, 30 anos
"Ter visibilidade bissexual para mim seria ter o direito de amar livremente, sem precisar explicar a minha orientação sexual, sem precisar fazer cálculo de porcentagem sobre o quanto cada gênero me atrai, sem ter medo da rejeição e do preconceito, principalmente considerando marcadores como raça e classe. Infelizmente, como pessoa bissexual, já sofri preconceito dentro e fora da comunidade LGBTQIAP+.
Em várias oportunidades fui convidada a sair de cima do muro, a parar de disfarçar promiscuidade com a busca do desejo de querer me relacionar com quem eu quero e também a escolher um dos lados. É importante dizer: Não estamos com dúvidas.
É imprescindível que esse debate venha à tona. É muito importante que o conhecimento acerca dessa orientação, que ainda é tão invisibilidade na sociedade, seja debatido. Só assim a gente vai conseguir combater alguns estigmas ultrapassados em torno da bissexualidade e poderemos amar livremente".
Dante Olivier, 27 anos
"É muito frustrante você ter que ficar se explicando, reafirmando. Atualmente, eu estou em uma relação não-monogâmica com uma garota. Aí sempre que a gente aparece vem aquele questionamento ‘Ah, mas Dante não era gay?’. E tem uma questão de que eu sou muito afeminado, e aí sempre há essa indagação das pessoas, sendo que uma coisa não nada a ver com a outra".
Roberto Júnior, 29 anos
"É um dia importante para pautar a luta contra os estigmas e preconceitos que são colocados contra pessoas bissexuais, inclusive dentro da própria comunidade LGBTQIAP+. Todos os dias precisamos lembrar que a nossa luta é uma só: por uma sociedade cada vez mais diversa e inclusiva. Vale destacar que a nossa luta é diária pelo direito de amarmos quem quisermos".
Sandra Munõz, 50 anos
"Precisamos falar sobre o nosso enfrentamento diário contra a bifobia, pois as pessoas ainda acham que estamos em um processo de indecisão. Nós temos direitos, e que precisam ser respeitados. E seguiremos aqui, resistindo!".
Elson Barbosa
Elson Barbosa
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!