O multiartista Dante Olivier, famoso nas redes sociais por compartilhar vídeos mostrando seus diversos talentos, foi o convidado da live Fervo das Cores desta quinta-feira (21). Homem trans e bissexual, ele é uma referência quando se fala de identidade gênero e orientação sexual.
Ator, dançarino, DJ e influenciador digital, Dante passeia por diferentes ambientes artísticos e utiliza suas redes para falar sobre temas como relacionamento aberto, sexualidade e não-monogâmia, por exemplo. Com 196 mil seguidores no Instagram, ao artista se surpreendeu com o alcance que possui atualmente.
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"Não imaginava isso nem nos meus sonhos mais malucos. A internet surgiu para durante o isolamento social como um lugar de escape, de experimentação, e começou a se formar ali uma comunidade. Assim, eu percebi que podia estar nesse ramo e comecei a investir cada vez mais", conta ele, em entrevista ao repórter Elson Barbosa.
No ambiente social atual, a inquietação coletiva para com o temas relacionados a gênero proporcionou uma maior abertura para se falar sobre tais temas. Para Dante, falar sobre esses assuntos faz parte da sua vida pública, uma vez que enquanto pessoa trans teve a oportunidade de compartilhar sua experiência pessoal em diferentes lugares.
"Quanto mais a gente se informa e, se sente bem com essa informação, mais queremos compartilhar esse carinho, que é a informação, para outras pessoas. A gente quer comunicar porque nós nos sentimos muito bem quando tivemos acesso a isso. Conhecimento guardado não vira nada", afirma.
A importância de compartilhar conhecimento está ligado a ajudar a proporcionar mais qualidade de vida, empatia e desconstrução social. O contato com este tipo de informação foi o que ajudou Dante a finalmente conseguir digerir e, principalmente, falar sobre a transexualidade, tema que hoje ele aborda com tranquilidade.
"[Muita coisa acontece] quando você é adolescente, muitos atravessamentos, tudo é muito difícil, descobrir [sua] sexualidade e entender que não é isso. levou três anos para que eu conseguisse mastigar, digerir e colocar isso para fora. E, na verdade, eu só consegui fazer isso quando tive contato com os estudos de de gênero na faculdade", relata.
Foi através disso, que ele teve a possibilidade não só de se entender melhor, mas também se posicionar com mais firmeza diante da família.
"Eu tive o grande privilégio, e é muito difícil isso ser um privilégio, mas nunca foi uma questão para os meus pais me tirar de casa. Mas a situação ficou muito difícil, a relação ficou estremecida. Porém, depois que eu fui me preparando [para passar pelo processo de transgeneridade] eu pude falar com eles [os pais] com mais maturidade", conta Dante.
Ouça o bate papo completo abaixo:
Redação iBahia
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