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'Não entendia'

Influenciador fala sobre racismo na comunidade LGBT de Salvador

Ismael Carvalho foi o convidado da Live Fervo das Cores desta quinta-feira (9) e falou sobre sua experiência enquanto homem negro gay em Salvador

Iamany Santos • 09/11/2023 às 19:03 • Atualizada em 10/11/2023 às 12:20 - há XX semanas

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O influenciador baiano Ismael Carvalho, 30 anos, foi o convidado da Live Fervo das Cores, desta quinta-feira (9). Famoso por comentar a arte do povo negro, o baiano falou sobre a inspiração para falar sobre isso na internet.


				
					Influenciador fala sobre racismo na comunidade LGBT de Salvador
Ismael Carvalho foi o convidado da Live Fervo das Cores desta quinta-feira (9) e falou sobre sua experiência enquanto homem negro gay em Salvador. Foto: Ibsen Santos

Carvalho conta que a inspiração veio da indignação e do gatilho causado pela morte do afro-americano George Floyd, assassinado por policiais nos Estados Unidos em maio de 2020. Durante o bate-papo através do Instagram do portal iBahia, o produtor de conteúdo começou comentando a atitude de pessoas que utilizaram o acontecimento para se promover e destacou as formas de ser antirracista diariamente.

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"Comecei muito por uma indicação minha com as pessoas naquele momento. Vi as pessoas usando aquela pauta para se promover ou de forma irresponsável, então eu queria um videozinho para meus amigos falando um pouco como a gente poderia fazer uma luta antirracista diariamente, e não apenas no momento em que alguma pessoa precisa morrer para que a luta começasse no nosso país", contou ele.

O vídeo foi um sucesso e Ismael, pela primeira vez, conseguiu se enxergar como um comunicador. Diante disso, Ismael passou a produzir material falando sobre a música baiana, uma provocação que sempre esteve presente em sua trajetória.

"Eu resolvi falar sobre música baiana porque sempre foi papo na minha família e na roda de amigos. Acho que para a galera preta de Salvador essa conversa sempre existiu na mesa de bar a nas famílias: porque os artistas mais famosos da Bahia não são negros se a música que toca é a nossa e as histórias cantadas são as nossas? Porque não somos os protagonistas, os milionários dessa história?", relatou.

Ele sabia que o assunto seria considerado "polêmico", mas a necessidade de expor essas contradições sociais foi o que levou a publicação do vídeo. Além disso, a própria vivência enquanto um jovem negro do Subúrbio Ferroviário de Salvador fez com que Ismael intensificasse as reflexões sobre o racismo e sobre o que é ser negro.

Autodescoberta


				
					Influenciador fala sobre racismo na comunidade LGBT de Salvador
Foto: Ibsen Santos

Filho de professores, Ismael contou que começou a se entender enquanto homem negro através da aceitação do cabelo crespo. Através da pesquisa de como cuidar dos cabelos, ele entrou em contato com outras referências e pessoas que falavam sobre o racismo.

"Entender as minhas raízes e de onde essa estrutura toda vem foi muito importante para mim, até para minha saúde mental, em relação a me amar mais, amar as pessoas que parecem comigo, foi um despertar", disse.

Enquanto homem negro e gay, Ismael fala sobre como o racismo ainda é um problema intrínseco, também, na comunidade LGBTQIAPN+.

"Eu não entendia o que acontecia, achava que o problema estava em mim. Eu pensava: 'ah, eu devo ser feio!'. Eu via meus amigos negros passando pela mesma situação, mas eu não entendia o que acontecia. Eu ficava buscando isso dentro de mim, até que eu entendi que o problema não estava em mim", enfatizou.

"Hoje em dia ter entendido isso foi totalmente libertador. Entender que a gente não precisa disso, querer o amor da pessoa branca, a gente não precisa disso", finalizou Ismael.

Escute o bate papo completo abaixo:

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