'Longe dos padrões heteronormativos', diz Anna Guedes sobre família

Entrando no clima do Natal, a live Fervo da Cores de quinta-feira (14) contou com a presença de uma família especial e muito conhecida nas redes sociais. As mães Anna Guedes e Izabela Tanucha, do perfil Duas Mães e Dionísio, foram as convidadas da live e falaram sobre maternidade e a rotina de compartilhar a vida da família para mais de 4 mil pessoas.

Juntas desde 2016, as baianas se casaram com poucos meses de relacionamento e o desejo de ser mãe é algo que acompanhava as duas. Pensar a própria família também era parte do relacionamento das duas, que queriam construir um núcleo familiar longe dos padrões heteronrmativos.

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"Antes de Dion (Dionísio) nascer a gente [já] conversava muito, porque a nossa ideia já era ter uma família longe dos padrões heteronormativos onde você tem uma pessoa trabalhando e outra cuidando da casa. Somos duas mulheres extremamente fortes e independentes, nós não íamos conseguir esse padrão", relata Ana, que representou o casal na live.

O entendimento do relacionamento longe desse padrão foi essencial para construir um ambiente acolhedor não só para Dionísio, mas também para as duas. Com planejamento e muita reflexão, ambas passaram pelas dificuldades para construir a família.

Conseguir passar pela inseminação foi um desses desafios, uma vez que todos os sinais eram negativos. "Fomos a uma ginecologista e ela falou que do jeito que estava ali o útero dela (da Izabela) era impossível ela ter um filho. Ela fez outro procedimento e nós conseguimos, mas foi uma coisa tão surreal e espiritual que quando Isabela estava parindo a médica disse: 'Não tinha condição nenhuma de você ter essa criança'", relata a produtora de conteúdo

Essa conexão e a fé de cada uma no processo levou à família que elas são hoje. Diante disso, as duas decidiram começar a compartilhar esse amor nas redes.

"A ideia de fazer um Instagram foi de Izabela para guardar fotos. E foi uma crescente, passando pelas [reflexões de]: eu quero que meu filho veja outras famílias, para além das referências heteronormativas e [ a partir dai] criamos um grupo com famílias LGBT em Salvador", conta Ana, que ressalta a veia política do conteúdo que as duas produzem.

"Eu queria fazer mais para que meu filho tivesse um pedacinho de um mundo melhor. [Eu] queria levar para as pessoas a normalidade que era minha família, aqui não tem nada de diferente", pontua Ana.

Escute o bate-papo completo abaixo: