“Dinho Ouro Preto, 45 anos, é um artista impetuoso. Por conta disso, ele erra bastante, mesmo sendo esforçado. Não fosse tão impetuoso e teria reescrito boa parte das letras do Capital Inicial - visto que esse defeito deu margem a coisas boas e outras não tão boas feitas pelo grupo em sua trajetória”. Por incrível que pareça, este não é o trecho de alguma crítica musical direcionada ao vocalista da banda Capital Inicial, que se apresenta nesta quinta (26) no Festival de Verão Salvador, mas, sim, suas próprias palavras em uma espécie de definição de si mesmo. Um autorretrato. Você pode até não gostar de Dinho ou da música que ele canta, mas a impressão que se tem é de que a autocrítica parece mesmo confirmar a premissa sobre ser “impetuoso”, inclusive no julgamento que faz de si mesmo.
Trinta anosCom 30 anos de estrada, o Capital se mantém no topo do rock nacional, sendo o único representante da sua geração que renovou seu público quase que totalmente. Ao mesmo tempo que preservou a mesma sonoridade que a consagrou, a banda não deixou de criar coisas novas, numa espécie de atualização constante de seu estilo e referências. “Sempre me pergunto: como é possível estarmos de pé depois de 30 anos? Acredito que a resposta seja: manter a sonoridade e fazer coisas novas. Também atribuo o nosso sucesso à pura sorte - embora não seja religioso, me sinto abençoado nesse sentido - e, claro, aos fãs”, confirma. Prova de que Dinho, Flávio Lemos, Fê Lemos e Yves Passarell não vivem de passado é a repaginada conceitual que fizeram desde o lançamento do Das Kapital (Sony), em 2010. Trocaram produtor - Marcelo Sussekind foi substituído por David Corcos -, cenógrafo, fotógrafo, diretor de videoclipes... Agora estão “menos retrô e mais high-tech”. MegashowEsse Capital Inicial menos retrô e mais high-tech é o que os soteropolitanos e turistas poderão ver no Parque de Exposições, nessa quinta-feira, no Palco 2012, que terá também Vanessa da Mata, Ivete Sangalo, Tomate e Sorriso Maroto: “Vamos fazer o mesmo show do Rock in Rio”. O vocalista diz “show”, mas o mais adequado seria megashow. A concepção audiovisual do cenário inclui bonecos infláveis criados pela empresa que trabalha com bandas internacionais do calibre de AC/DC e Iron Maiden. Efeitos pirotécnicos e animações completam a megainfraestrutura. “É um show totalmente rock and roll, pra levantar poeira. O Festival de Verão é, de longe, o evento de música anual mais importante do Brasil”, afirma Dinho. Palavra de quem está participando pela sétima vez da festa. Disco-solo Enquanto faz apresentações com o Capital Inicial pelo Brasil afora e planeja o novo disco da banda brasiliense, a ser lançado até o segundo semestre pela gravadora Sony, Dinho finaliza seu novo disco-solo. O primeiro em 17 anos. Terceiro trabalho-solo do cantor, que lançou Vertigo em 1994, e Dinho Ouro Preto, no ano seguinte, Black Heart sai em março e o seu repertório é composto apenas por regravações de artistas e bandas como The Cure, Raconteurs e Patti Smith. “Ah, e tem uma música de Elvis Presley”, conta e gargalha, como quem sabe que é muita ousadia e pretensão regravar algo do Rei do Rock. “Queria fazer algo que as pessoas não remetessem ao meu trabalho no Capital”, explica. Recado dado.Veja também: #Vc no Festival. Saiba tudo o que está rolando no Festival de Verão Já mandou sua foto via Instagram para o #vcnofestival? Confira aqui! Confira a grade completa do Festival de Verão, com as atrações de cada dia Acompanhe o trânsito pelas câmeras da Transalvador Vai de ônibus para o Festival de Verão? Confira como chegar ao Parque de Exposições Festival de Verão: trânsito será alterado nos dias do evento
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