Um juiz e um empresário foram alvo de busca e apreensão na cidade de Porto Seguro, extremo-sul do estado, investigados por crime de agiotagem.
A ação aconteceu na sexta-feira (16).
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A 'Operação Descobrimento' foi realizada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) e aponta o juiz Fernando Machado Paropat, titular da 1ª Vara dos Feitos Relativos às Relações de Consumo, Cíveis, Comerciais e Registros Públicos de Porto Seguro pelo crime de agiotagem.
Empréstimos eram feitos a juros abusivos e garantia era custodiada até o pagamento completo da dívida
Segundo a Polícia Civil (PC) o juiz e o empresário estariam realizando empréstimos a juros superiores aos limites legais pelo magistrado, por intermédio do empresário.
Os valores desses empréstimos eram transferidos para contas bancárias indicadas pelos beneficiários, que emitiam cheques em garantia, os quais eram repassados pelo empresário ao juiz para que ficassem custodiados até o pagamento integral da dívida.
A ‘Operação Descobrimento’ foi realizada em conjunto com o MP-BA por meio da Unidade de Assessoramento e Investigação da Procuradoria-Geral de Justiça (Unai) e do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas do Sul (Gaeco Sul), com apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Militar (PM-BA), através do Comando de Policiamento (CPR Sul) e da Rondesp Extremo Sul.
Juiz está afastado do cargo acusado do crime de grilagem
Em junho de 2024 o juiz foi afastado do cargo durante a ‘Operação Liga da Justiça’ investigado pelos crimes de grilagem de terras, corrupção e agiotagem juntamente com outros dois juízes da cidade. Os magistrados foram alvos de decisão unânime do Tribunal Pleno do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), após pedido da Corregedoria Geral da instituição.
Além do juiz Fernando Machado Paropat também foram afastados na Operação os juízes Rogério Barbosa de Sousa e Silva, titular da Vara da Infância e Juventude e Execução de Medidas Sócio-educativas; e André Marcelo Strogenski, titular da 1ª Vara Criminal, Júri e Execuções Penais.
Durante a apuração, foi analisado o aparelho celular do juiz Fernando Machado Paropat. O resultado das buscas teria apontado "atuação suspeita" entre ele e um promotor da cidade. Para a Corregedoria, há indícios de corrupção.
Nanci Souza
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