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LITERATURA

'38 Dias': livro de quadrinista baiana narra viagem pela Europa

Finalizado o projeto, Aline Cruz parte para outra empreitada: conseguir financiamento para publicar a obra

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13/04/2014 às 14:11 • Atualizada em 02/09/2022 às 2:57 - há XX semanas
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Algumas pessoas preferem um álbum de fotografias para imortalizar os momentos mais marcantes daquela tão sonhada viagem. Para a desenhista e blogueira de quadrinhos do iBahia Aline Cruz, criar uma história em quadrinhos foi a melhor opção. Ao lado do marido, a soteropolitana passou 38 dias em um “mochilão” pela Europa, jornada que começou em meados de 2013. “Dormir em quartos alugados nas casas de desconhecidos, viajar com pouco dinheiro, sair de mochila nas costas, tentar falar os idiomas, perder voo, ter prejuízo, ganhar coisas… tudo isso faz parte de uma viagem que se torna inesquecível e que, com certeza, merece virar uma HQ”, declarou. A viagem foi planejada com um ano de antecedência, e foi no decorrer dos preparativos que a ideia do livro germinou em sua cabeça. “À medida que ia organizando as coisas percebi que aquela viagem seria longa e diferente demais para ser apenas mais uma viagem”. Durante o processo de escrita, Aline esbarrou em uma questão fundamental: a excessiva exposição que obra poderia acarretar. “Se expor nunca é fácil. Aqui, além de contar uma história que vivi, eu também tenho que conversar com as pessoas, contar a elas que esse é um projeto sério e que é basicamente uma das coisas mais importantes da minha vida atualmente, o que me deixa bastante tensa”, revelou.
Como todo escritor ou quadrinista iniciante, a artista deparou-se com o desafio de encontrar meios para tornar público o seu trabalho. Frente às dificuldades que é publicar por meio de uma editora tradicional, recorreu a um projeto de financiamento coletivo chamado Catarse. O financiamento funciona como uma espécie de “compra antecipada do livro”. Na página virtual do projeto, é possível acompanhar o desenvolvimento da campanha, conhecer mais sobre a história, ler páginas e informar-se sobre as recompensas - pacotes que podem ser adquiridos e que variam de acordo com o valor contribuído, como exemplares digitais ou impressos, canecas, camisetas e ilustrações originais. Embora admita a possibilidade de fazer isso um dia, ela conta que não chegou a procurar uma editora tradicional. “Talvez porque eu tenha preferido a dificuldade que é correr atrás daquela demanda que seria espontânea numa livraria ao invés de esperar. Acho que a gente acaba metendo as caras num projeto independente quando vê como é complicado publicar em editoras.”
Em '38 Dias', Aline relata cada etapa da viagem à Europa
Sobrevivência – Aline Cruz começou a desenhar regularmente desde a adolescência, copiando HQs das quais era fã. Após fazer uma pausa para retomar a faculdade, começou a se aprofundar na arte de pictórica, estudando muito e aperfeiçoando o seu estilo. Desde então, já realizou vários projetos. “Já fiz ilustração para revistas, fiz histórias em quadrinhos para casamentos, integrei alguns coletivos de arte, fiz ilustração para sites. Gosto muito de pintar quadros e fazer painéis em paredes também”. Mesmo com tanto empenho, os quadrinistas esbarram em permanentes dificuldades para sobreviveram exclusivamente de arte. Para Aline, o pouco interesse das pessoas em adquirir livros e em encontrar alguém que acredite no trabalho do artista é um dos fatores de mais desestimulantes. “Acho que a principal dificuldade é o fato de que as pessoas sempre te congratulam pelo que você está fazendo, mas tem muita dificuldade de se disponibilizar. Acredito que hoje as pessoas devam ler mais, só que muita gente ainda acha que uma história em quadrinhos é coisa de criança e, pior, acha que livro é supérfluo, não vale a pena”, desabafa, e acrescenta: “Outra coisa ainda mais complicada é fazer isso de maneira independente”. Para quem tem interesse em viver de quadrinhos, Aline aconselha a ouvir sempre a opinião dos amigos e pessoas próximas, de confiança. “Isso vai evitar micos como os que eu já paguei, de mostrar trabalho pra editor e mais pra frente achar o desenho horroroso. Segundo, nunca pare de estudar e desenhar. Terceiro, aprenda a ouvir não, porque eles acompanham um quadrinista a vida toda”. Para ela, não desanimar também é crucial. “Seu traço evolui, uma hora você ouve um sim, uma hora seu projeto vai para frente. Simplesmente não desista, e não esqueça de usar muito da cara de pau - todo freelancer (ainda mais que faz quadrinhos) precisa de uma bem resistente”.
Trecho que mostra passagem de Aline e o marido por Versalhes

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