A tarde do último sábado (17) foi marcada por um debate com novos e veteranos escritores baianos no Teatro Solar Boa Vista, no Engenho Velho de Brotas. O encontro, promovido pelo grupo Cinesia Geek, reuniu 15 escritores, tendo como principal objetivo discutir o mercado da literatura no estado, utilizando como tema “Como é ser escritor na Bahia?”.Para Achel Tinoco, responsável por 14 obras, incluindo a atual “Por Toda Minha Dor”, “ser escritor na Bahia é ser teimoso e poder andar sozinho" "É uma carreira dificílima. Falta um incentivo maior para formar novos criadores. Agora, mesmo assim, tem muita gente querendo mostrar seu trabalho”, acrescentou o veterano ao
iBahia. |
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Além dele, uma das mesas contou com Erica Falcão, Ivan dos Santos, Victor Mascarenhas, Landulfo Almeida, Lucas de Medeiros e Renata Dias. “Existem caminhos e desafios na trajetória para se escrever um livro. Os blogueiros estão dando uma força muito grande. A gente encontra uma parceria muito bacana com eles, que escrevem resenhas e opinam sobre histórias de vários cantos do país”, opinou Falcão, autora de “Eclipse da Lua Azul”. Para ela, a internet está ajudando, inclusive, na criação de novos leitores, “diferente do que se imaginava no começo da tecnologia”.Do outro lado da mesa, jovens que lançaram suas primeiras obras recentemente apontaram os desafios na criação de um livro e para conseguir o apoio de editoras. “Sempre quis ser escritor para poder ser voz de uma realidade”, disse Anderson Shon, de 27 anos, responsável por “Um Poeta Crônico”. “A Bahia borbulha cultura, mas não temos incentivo. Escrever um livro é trabalhoso e difícil, mas eu sou feliz como escritor.” Esta é uma dificuldade compartilhada por outros novatos no meio, como Thiago Ribeiro, 26, que esperou nove anos para ter sua primeira história publicada.
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Anderson Shon, Matheus Peleteiro e Thiago Ribeiro participaram de uma das mesas do encontro. (Foto: iBahia) |
“Ser escritor na Bahia é tão complicado quanto no Brasil. Valorizamos muito os estrangeiros. A gente prefere consumir sempre o que vem de fora”, disse o advogado, autor de “Lino Yang”. Para ele, a internet tem contribuído de forma positiva para uma obra chegar até o público. “Ela é um atalho. A atual geração está lendo muito por causa da internet”, concluiu. Já para Matheus Peleteiro, 20, a velocidade da informação com a tecnologia não tem atrapalhado quando o assunto é 'segurar' um leitor. Autor de “Mundo Cão”, o jovem utiliza as redes sociais para divulgar seu trabalho e acredita no potencial de encontros literários como o “Cinesia Debate”. “É uma oportunidade do público e a gente conhecer vários escritores que não tiveram a oportunidade de um alcance maior”, disse.