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LITERATURA

Flica estreia debate sobre literatura indígena em última mesa

Autores ainda debateram sobre o olhar romantizado dados aos povos indígenas

Redação iBahia • 08/10/2017 às 12:30 • Atualizada em 01/09/2022 às 0:05 - há XX semanas

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O lugar da ancestralidade e a desconstrução dos estereótipos do povo indígena brasileiro foram o tema da décima e última mesa da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) realizada na manhã deste domingo (8). Intitulada de "A Imperdoável Capacidade Humana de Apagar Seus Antepassados", o encontro teve a mediação de Suzane Lima Costa, doutora e coordenadora do Núcleo de Estudos das Produções Autorais Indígenas (NEAI – UFBA) e reuniu Eliane Potiguara, escritora e ativista indígena e Daniel Mundukuru, filósofo e escritor indígena.

Foto: Paolo Paes

Eliane fez uma reflexão sobre a extensão do preconceito e dos estereótipos com povos brasileiros. "É necessária a desconstrução da imagem do índio coo preguiçoso, que são pessoas que ficam presos na rede. Os povos indígenas e os de origem africana são os mais discriminados. Enquanto o ser humano deveria ter compaixão. Minha mensagem é que vocês abra mais os olhos e o coração para a voz que foram calados durante os cinco séculos", refletiu.


Para falar sobre a desconstrução de estereótipos, Mundukuru fez uma mensagem de simbologia dos encontros e se referiu ao começo da colonização brasileira. "Para que um encontro seja verdadeiro, a gente precisa sair dele melhor.A gente precisa ter sentido o outro. Há 517 anos atrás, houve um desencontro,quando uma cultura tenta sucumbir a outra, não há encontro. A gente precisa olhar para o outro como ele é não como a gente gostaria que fosse", disse.

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Foto:Palo Paes

Em determinado momento Mundukuru chocou a plateia ao dizer que não há índios no Brasil. "Apesar da minha aparência, não sou índio e não há índios no Brasil. Quando o estereótipo choca, nossos olhos, a gente vai para uma memória de uma diversidade, de riqueza de olhares sobre o mundo. A palavra índio ela não retrata minha experiência de pertencimento de um povo. Essa imagem do que é o índio ficou o tempo todo inteiro sendo uma negação", complementou.

Durante a mesa e as perguntas, os autores ainda debateram sobre o olhar romantizado dados aos povos indígenas, desinteressado entre outras. A importância da demarcação de terras dos povos indígenas foi levantado a partir das perguntas do público e Mundukuru apresentou situações de conflito e vulnerabilidade vividas pelos povos indígenas do Brasil. Confira o vídeo com a transmissão da mesa na íntegra.

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