A inglesa J. K. Rowling, 47 anos, até tentou se desvincular do universo de Harry Potter, o bruxinho que lhe tornou uma mulher milionária, com mais de 450 milhões de exemplares vendidos em 200 países. Mas, ao divulgar seu novo livro, Morte Súbita (Nova Fronteira/R$ 50/512 págs.), o primeiro voltado para adultos, ela se trai: “É outro romance sobre a moralidade e a mortalidade, como Harry Potter, mas contemporâneo”. A tragédia, na verdade, é o único ponto em comum às duas tramas. Mas, de Harry Potter, Morte Súbita não tem nada. Principalmente, a magia da narrativa que impulsiona o público a não interromper a leitura. Morte Súbita, extenso por demais, demora de engrenar e envolver o leitor. A trama começa com a morte inesperada, por um aneurisma cerebral, de Barry Fairbrother, aos 44 anos, após escrever um artigo para o jornal local. Em sua ausência, o homem deixa vago o alto cargo público que tinha na pequena cidade imaginária de Pagford, interior da Inglaterra. É justamente este o cerne do livro: a morte e a tal da vaga, que transformam a cidade. Todos ambicionam o disputado cargo do falecido porque é um ponto-chave para resolver um litígio territorial. E, a partir daí, afloram as piores intrigas entre os habitantes da cidade, um maremoto de emoções que abala as pessoas em diversas instâncias.
“As questões sociais que abordo são relevantes em qualquer lugar: conflitos familiares e conjugais, tensões entre pais e filhos, conflito ideológico entre a ênfase na autonomia e o apoio proporcionado pelas administrações”, diz Rowling. A obra, que recebeu críticas positivas de jornais como The Guardian e The Telegraph, será transformada em minissérie da BBC: “Estou emocionada com essa decisão. Sempre pensei que essa trama tinha que ser adaptada e que encaixava bem na televisão”. Raio X Na prática, a história se propõe a abordar a sociedade em suas minúcias: drogas, marginalidade e realismo que recheiam mais de 500 páginas, nas quais está inserida também uma radiografia de adolescentes que têm que abrir passagem para o mundo adulto, ainda pouco compreensível para eles. Como em Harry Potter, a autora brinca, de forma cínica em certos trechos, com o sentimento de superioridade da média burguesia inglesa. “Os Fairbrother deste mundo davam como certo que sua formação universitária os fazia melhores pessoas”, diz uma passagem do livro. “Adoro os romances do século XIX passados em cidades pequenas. Este livro é uma tentativa de fazer uma versão moderna disso”, explica a autora. Bom, seus leitores parecem concordar porque o livro, lançado no final do segundo semestre de 2012, foi o mais vendido do ano na Inglaterra, com 124 mil cópias somente nos três primeiros dias. Matéria original: Correio24h J.K. Rowling lança sua primeira obra adulta após o fim da saga juvenil
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