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LITERATURA

Mãe Stella é homenageada na Flica 2014, em Cachoeira

A mesa 'Os rastros de antigos laços' acontece neste sábado, às 14h, no clautro da Ordem Terceira do Carmo

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01/11/2014 às 10:52 • Atualizada em 29/08/2022 às 22:06 - há XX semanas
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Mãe Stella de Oxóssi, matriarca do Ilê Axé Opô Afonjá é a autora homenageada da Flica 2014. Ela participa de uma mesa neste sábado (1), às 17h (Foto: Divulgação)
Maria Stella de Azevedo Santos é uma senhora de 89 anos, mas você deve conhecê-la pelo nome de Mãe Stella de Oxóssi, a escritora homenageada da Flica 2014. A iyalorixá participa, na tarde deste sábado (1), às 17h, de uma conversa com o professor e historiador Jaime Sodré, na mesa intitulada 'Os rastros de antigos laços'. Essa é a primeira vez que um autor é homeageado. "A gente quer todo ano homenagear um escritor brasileiro vivo e esse ano, não podia ser outra pessoa senão Mãe Stella", contou o Emannuel Mirdad, coordenador geral do evento e também curador da festa.Mãe Stella aproveita a homenagem durante a festa para lançar dois projetos. O primeiro deles é o livro 'Abrindo a Arca', que traz pequenos ensinamentos com pensamentos de diversas religiões do mundo atrelados a reflexões da própria Mãe Stella. Basta abrir o livro e eles estarão lá, "como em uma arca de tesouro", como mesmo diz a iyalorixá. O outro projeto chama-se Animoteca e trata-se de uma biblioteca itinerante, que deve percorrer todo o estado da Bahia. O ônibus adaptado está na Praça da Aclamação, em Cachoeira, com uma exposição do acervo pessoal de iyalorixá.
A Animoteca é um ônibus adaptado que vai se tornar uma biblioteca itinerante, que vai sair por Salvador e outras cidades da Bahia levando literatura e cultura afro para as pessoas (Foto: Daniel Silveira/iBahia)
Matriarca de uma religião marcada pela oralidade, o trabalho de Mãe Stella valoriza o registro escrito das tradições e da religiosidade de matriz africana. "Aquilo que a gente não registra o vento leva. Mas quando está escrito é para toda a vida", afirma. Inspirada, segundo ela, por Xangô, seu trabalho visa fazer conhecer a espiritualidade do candomblé. "É um grande passo para a religião dos orixás", conclui.Mãe Stella assumiu, em 2013, a cadeira de número 33 na Academia de Letras da Bahia, cujo patrono é o poeta Castro Alves, que tanto valorizou a cultura negra e lutou contra a escravidão, em seu tempo. Para a matriarca, ocupar esse lugar de destaque na literatura é a prova de que seu trabalho está sendo bem feito. "O negro, quando saiu da escravidão, batalhou muito para chegar até aqui, sofreu e, muitas vezes, teve que ser violento, tudo para poder alcançar o pensamento do branco. E conseguiu", sustenta a iyalorixá. Para ela, a religiosidade também é um fator que ajuda a valorização da cultura afro. "Juntando também a fé de meus antecedentes de orixás, né? Com isso conseguimos uma vitória muito grande", completa.Breve e longa história Mãe Stella nasceu em 2 de maio de 1925, em Salvador, e é a quarta entre seis irmãos. Foi iniciada no candomblé quando tinha apenas 14 anos de idade. Sua iniciação seria feita no terreiro do Gantois, quando Mãe Menininha era a iyaliroxá do local. No entanto, por uma escolha dos orixás, como a própria mesmo explica, seu destino foi outro. Em 1976, com 50 anos, foi nomeada iyalorixá do Ilê Axé Opô Afonjá, terreiro que fica na Rua Direta de São Gonçalo do Retiro, na capital baiana. Na ordem de matriarcas, ela é a quinta do terreiro, que foi fundado em 1910.*Com orientação e supervisão de Márcia Luz

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