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| Elieser Cesar e Karina Rabinovitz falaram, entre outros temas, sobre a arte poética |
O segundo dia da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) começou com uma mesa sobre poesia. Às 10h desta quinta-feira (24), os poetas baianos Elieser Cesar e Karina Rabinovitz tentaram responder ao seguinte questionamento do mediador Jackson Costa: "Qualquer pessoa pode escrever poesia?"
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Dono de uma língua afiada, Cesar foi categórico ao afirmar que a arte poética é um bem ao alcance de poucas pessoas. "É muito difícil escrever poesia. Não é qualquer um que pode ser poeta". Ele ainda tentou explicar a origem da poesia no indivíduo - na sua visão, isso independe de qualquer desígnio racional. "Mário de Andrade explicou muito bem isso. É algo fatalizado, é uma doença sagrada. Não tem como escapar disso", acrescentou.
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Outro tema que veio à tona durante o bate-papo foi a profissionalização do escritor e o retorno financeiro
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| Cesar:"Nem todo mundo pode ser poeta" |
proporcionado pela literatura. Formada em jornalismo pela UFBA, Karina Rabinovitz destacou a importância da proatividade para o escritor se manter no mercado: "Na história da arte, são muitos os artistas que não têm dinheiro no bolso. Alguns eram ajudados pelas famílias. O apoio é necessário, a iniciativa privada, o estado. Mas o artista precisa também criar formas de sobreviver e divulgar o seu trabalho", pontuou.
Elieser Cesar concordou, afirmando ainda que nunca obteve qualquer lucro com os seus livros. "Não dá para fazer poesia e pensar em ganhar dinheiro. Não se faz arte pensando em ganhar dinheiro".
A próxima mesa da terceira edição da Flica, 'Vidas Comuns, Vidas Notáveis', está marcada para a tarde desta quinta, às 15h. Participarão do debate os jornalistas e biógrafos Mário Magalhães e Ana Tereza Baptista.
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