Canceriano, tímido e com o pensamento cheio de poesia. Há um ano, ele era só Pedro Gabriel, publicitário criativo que certo dia chuvoso no Rio de Janeiro, após passar quatro horas em um engarrafamento, parou em um bar no caminho de casa para desestressar. Enquanto aguardava, rabiscou em guardanapos e fotografou aquilo para não perder as ideias. Hoje, graças ao alcance do facebook, onde começou a postar suas palavras desenhadas, ele assumiu a identidade e se tornou conhecido. Com quase 500 mil curtidas na rede social, está por trás do sucesso 'Eu Me Chamo Antônio',
fanpage que acaba de virar livro.A descrição na página avisa que Antonio é "um personagem de um romance que está sendo escrito, vivido". Só que é um personagem de verdade. Na verdade, o próprio Pedro, que é também Antônio, e Gabriel, e Anhorn. Nascido em N´Djamena, capital do Chade, na África, é filho de um suíço e uma carioca. Se hoje faz jogos com as palavras e tem facilidade com elas, nem sempre foi assim.
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Alfabetizado em francês, não falava nada de Português até os 13 anos. Por isso, talvez, ao começar a estudar o idioma tenha se afeiçoado tanto a elas. Na apresentação do facebook, ele diz que adora silêncio, distância, girafas e amores impossíveis. No entanto, confessa: "Prefiro as girafas".Chegou a trabalhar durante quatro anos como redator em agência, mas acabou por deixar o emprego fixo após o convite da editora Intrinseca para editar o livro, um ano após lançar na web sua página e alcançar grande número de curtidores. Pedro escreve quase todos os dias e de preferência na mesa do bar, no Lamas (RJ). Já nem sabe quantos guardanapos produziu. "Contei até mil, depois parei", falou ao iBahia, em entrevista concedida por ocasião do lançamento do livro em Salvador.
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Todos os dias Pedro Gabirel deixa novas postagens no facebook, twitter e Instagram. O livro, porém, não tem nenhuma frase ou poesia que tenha sido mostrada na internet. Tudo o que foi publicado ganhou produção exclusiva para a versão impressa, mas com a mesma estética e identidade poética, criada na web. Ele não cansa de escrever e criar. "Sou tímido, então, esta foi a forma que eu encontrei para me expressar", comenta. E deu certo. O livro ganhou tiragem inicial de 15 mil exemplares e em menos de um mês outros 15 mil precisaram ser postos nas livrarias. Este número já dobrou e, a julgar pelas filas que se formaram nos encontros de autógrafos com o autor, o sucesso continua. Embora ainda esteja vivendo os resultados deste primeiro livro, ele já tem material suficiente para um segundo, mas ainda é cedo para pensar nisso.
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Para quem deseja se aventurar na leitura dos poemas desenhados por Antônio, um aviso: suas palavras despertam sentimentos diversos. Ele trata de encantamento e paixão, mas também de sofrimento, dor e perda. Como um personagem vivo, os sentimentos mudam a cada página e traduzem de maneira intensa o que qualquer ser humano pode sentir diante das peripécias do amor. Uma coisa é certa: Antônio sabe rir de si mesmo e ensina isso aos seus leitores. A leitura do livro pode ser linear, página a página, ou aleatória - a pessoa escolhe. No final, existe uma legenda de todos os escritos, caso alguém tenha alguma dúvida ou dificuldade para ler as letras desenhadas. Há também uma página, um guardanapo em branco, para que cada leitor possa criar uma ilustração ou frase e assinar para postar no facebook, twiter ou instagram com a hastag
#livrodoantonio.