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LITERATURA

Primeira editora negra de Salvador lança livro de estreia sexta

Coletânea é composta por textos de escritores negros e negras brasileiros sobre o universo das tradições de matriz africana

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18/03/2014 às 16:00 • Atualizada em 02/09/2022 às 4:19 - há XX semanas
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Guellwaar Adún, escritor e editor do selo literário 'Ogum's Toques Negros
"São poemas de dor, de amor, de desespero, de resiliência, do antigo, do novo, do belo, de tirar o fôlego, de desmanchar em águas". É desta maneira que Cidinha da Silva, representante da Fundação Cultural Palmares, descreve a coletânea literária 'Ogum's Toques Negros', que será lançada nesta sexta-feira (21), a partir das 18h, no Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO) da Universidade Federal da Bahia em Salvador. O acesso é livre. A coletânea, que também será lançada em outros sete estados brasileiros, reúne 19 autores e autoras negros de diferentes partes do país. Entre os escritores, figuram nomes de expressão nacional e internacional, como Miriam Alves, Éle Semog, Lia Vieira e José Carlos Limeira. O livro conta ainda com a participação especial da educadora e escritora Claudia Santos com o texto Dicionário das Relações Raciais, um verbete da literatura negra. Leia também:Brasil lembra centenário de escritora que definiu favela como quarto de despejo Com projeto gráfico assinado pela editora Barabô, a publicação será o primeiro lançamento da editora Ogum's Toques, que comemora sua chegada ao mercado literário. "Uma oportunidade que abrirá portas a negociações e a outras formas de divulgação da cultura negra brasileira", afirmou Guellwaar Adún, escritor e diretor da Ogum’s. Segundo Adún, o livro deve ser considerado um cartão de visitas da capacidade literária dos escritores que participam do coletivo. A coletânea remete a ancestralidade a partir do ponto de vista religioso e político. De acordo com o organizador da obra, Alex Ratts, uma grande parte dos poemas consiste numa escrita de si, mas não necessariamente autobiográfica. "Trata-se de um eu que foi considerado o outro, o invisível", diz, esclarecendo que é um modo de apresentar o que está à margem. "Uma linha tênue entre o indivíduo e o coletivo", completou. Fundado em 2012, o coletivo de escritores negros foi criado com o objetivo de promover a cultura negra. Inicialmente, tratava-se de uma página virtual de Guellwaar Adún, que chamou a atenção do público publicando contos e poesias. Hoje, a iniciativa aposta na divulgação da literatura negra a partir das mídias sociais e repercute não apenas em espaços virtuais, mas também em encontros presenciais com lançamentos de livros e rodas de conversas.

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