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LITERATURA

Sarau da Onça lança antologia com poemas de 50 autores

O evento acabou se tornando um celeiro de artistas que não teriam outra oportunidade para descobrir o talento com as palavras.

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10/05/2014 às 10:36 • Atualizada em 26/08/2022 às 18:03 - há XX semanas
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Em uma busca rápida na internet sobre Sussurana, notícias relacionadas à violência são as mais constantes. Uma pessoa que nunca passeou pela comunidade, provavelmente, desistiria da visita baseada nesse panorama. Mas será que o local se resume a isso? Um grupo de jovens do bairro, capitaneado pelo estudante de Serviço Social Sandro Ribeiro dos Santos, o Sandro Sussuarana, se fez a mesma pergunta. A resposta foi, claro, não.Mas como fazer para apresentar para as pessoas e, principalmente, para a própria comunidade a verdadeira Sussuarana? A solução veio através de poemas escritos pelos próprios moradores, reunidos no livro O Diferencial da Favela: Poesias Quebradas de Quebrada, que tem lançamento hoje, às 18h, na primeira edição do Festival Arte e Cultura, que acontece no Centro Pastoral Afro, em Sussuarana.
Sandro Sussuarana fundador do Sarau da Onça e organizador do livro
SARAU Não existiria livro se esse mesmo grupo de jovens não tivesse fundado, em maio de 2011, o Sarau da Onça. Aideia para criar o evento veio de um exemplo que movimentava o Pelourinho. Sandro e os amigos do Juventude Negra Pela Paz encontraram alguns panfletos do Sarau Bem Black, organizado pelo professor de Literatura Nelson Maca, e resolveram conhecer o projeto. Gostaram tanto que passaram a frequentar assiduamente. “O nosso grupo já promovia eventos e então pensamos:por que não fazer um sarau lá em Sussuarana?”, conta o estudante.Desde a primeira edição, o sarau foi bem aceito pela comunidade.“Nos primeiros, a quantidade de pessoas foi muito grande. Em junho não teve, para esperar o retorno, e foi quando as pessoas começavam a nos perguntar sobre o sarau, quando ia ter de novo, e aí decidimos continuar”, revela.O evento acabou se tornando um celeiro de artistas que não teriam outra oportunidade para descobrir o talento com as palavras. “Começaram a surgir muitos jovens que recitavam os próprios poemas. E percebemos que na comunidade tínhamos muitos artistas não só da música e da dança, mas também da poesia. Então pensamos em eternizar esses poemas. Queríamos mostrar o quanto essas pessoas são importantes para nós, e decidimos fazer o livro como um agradecimento”, destaca.Depois de vencer o edital Arte em Toda Parte, da Fundação Gregório de Matos, o Sarau da Onça promoveu um concurso de poemas que reuniu mais de 500 textos, enviados por mais de 100 pessoas. Desse punhado, o grupo escolheu 50 artistas, que assinam o conteúdo do livro. “Ficamos muito felizes pelas pessoas terem acreditado no projeto. Os temas foram muito bons, e são temas que já trabalhamos no sarau: a mulher, a valorização do negro, a indignação com as mazelas sociais”, conta.A noite de autógrafos integra o I Festival de Arte e Cultura, que celebra os três anos do Sarau da Onça. A programação ainda conta com oficinas de grafite, dança, poesia, cordel e teatro, no dia 25 de maio, das 10h às 12h. São 15 vagas por oficina e as inscrições acontecem a partir do dia 17 de maio. Tem, também, apresentações de grupos da região como Os Agentes, A Febre, Novo Projeto Sonoro, MC Dimano,The Fabulous e o Grupo de Capoeira Anjos do Berimbau, a partir das 16h. Todas as atividades do I Festival de Arte e Cultura têm entrada gratuita.Matéria Original Correio 24h Poesia da quebradaLeia também Enem terá fiscais com detector de metais para evitar uso de celular nas salasFicou off durante a semana? Veja o que foi destaque na vida dos famosos

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