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MODA E BELEZA

Você é um acumulador? Descubra e saiba como se organizar

Ex-acumuladoras contam suas histórias e personal organizers dão dicas para ser mais leve e organizada

• 30/06/2015 às 14:29 • Atualizada em 01/09/2022 às 19:02 - há XX semanas

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Você já se perguntou se tudo o que está em sua casa é realmente útil? Ter uma coleção, alguns sapatos ou vestidos sobrando não é problema. Mas juntar dezenas de coisas repetidas ou muitos objetos que “podem ser úteis no futuro” é motivo para ficar preocupada. E se o desapego de revistas velhas, peças quebradas ou roupas esquecidas te causa muito sofrimento, cuidado: você pode ser uma acumuladora - talvez, patologicamente acumuladora.

O problema é que a casa inteira pode ser ocupada por objetos e fica difícil morar entre tanta coisa que era potencialmente útil no passado e acabou virando entulho. Limpar tudo se torna impossível: o terapeuta comportamental Curt Hermanny tem pacientes que quase receberam a Vigilância Sanitária no apartamento porque a sujeira atraiu ratos e baratas que começaram a visitar os vizinhos.

Hermanny explica que aqueles que são viciados em acumular coisas iniciam a jornada na adolescência. O número de objetos aumenta com o tempo e o processo pode ser acelerado em casos de perdas, como a morte de um parente querido. “As perdas provocam sentimentos de desamparo e desespero e, pela história de vida, acumular pode trazer alívio ou ser uma forma de fugir desses estados emocionais”, conta.

É bom deixar claro: nem todo mundo que acumula está doente, explica o terapeuta. Quando o caso não é tão grave, basta fazer um esforço para esvaziar a casa. As dicas são muitas (veja a lista ao lado).

Amanda Dragone tinha muitas coisas em casa e transformou os objetos que acumulava em dinheiro com o projeto Tem Quem Queira (Foto: Angeluci Figueiredo)

Personal - Ao contrário de quem sofre de algum transtorno, que precisa de um médico, aqueles que acumulam por bagunça ou desorganização podem tentar resolver o problema com uma limpeza acompanhada. Às vezes, o acúmulo é tão grande que é difícil saber por onde começar a arrumação e definir o que pode ser útil ou não. Para ajudar nessa empreitada, existem os personal organizers.

Eles são profissionais que trabalham arrumando ambientes. Segundo Roberto Abade, 40 anos, os personals são procurados por pessoas que não possuem tempo para organizar a casa ou o escritório. “Somos uma espécie de decorador, organizador, arquiteto, entre outras profissões, mesmo sem uma formação acadêmica”, explica. Abade é procurado com frequência para organizar closets, quartos, bibliotecas e salas de visitas.

Acumular, se não é doença, é hábito. Mas, para mudá-lo, é preciso reconhecer que existe um problema. “Muita gente diz que não precisa de ajuda. Acumuladores e compradores compulsivos não acham que estão errados. O trabalho com um acumulador é um trabalho de muita paciência. Uma arrumação pode demorar até meses, a depender da resistência que a pessoa tenha ao descarte das coisas”, explica a personal organizer Adriana Saade.

“As pessoas normalmente sabem o que têm, mas muitas vezes ignoram a quantidade”, afirma Saade. Ela já teve cliente que lucrou R$ 11 mil vendendo roupas que não usava para um brechó. Com o dinheiro, pagou o serviço da personal e reformou o apartamento. “Para a frase ‘isso pode ser útil um dia’, eu respondo: ‘Compra outro depois. Você não usa há 5 anos’”, brinca.

Confiança - O personal organiza de calcinhas a documentos importantes. Por isso, o indicado é contratar alguém que seja recomendado e procurar conhecer trabalhos anteriores. Se o cliente está seguro, Saade garante que vale a pena contratar o serviço. “Quem acumula tem prejuízo financeiro porque não encontra o que tem e compra coisas repetidas, não recebe gente em casa porque tem vergonha da bagunça, evita até viajar para não ficar longe das coisas que tem. Eu já tive cliente que queria gastar R$ 30 mil em armários para organizar o que tinha. Acabamos nos desfazendo de um monte de coisas e ele não precisou gastar esse dinheiro”, diz.

Os valores para contratar o personal variam. A diária de 7 horas de Saade, por exemplo, fica entre R$ 600 a R$ 900. Depende de tamanho do projeto e da distância. Já Abade cobra entre R$ 300 e R$ 600 para organizar closets; uma casa inteira pode chegar a R$ 3.500.

Doença - O personal organizer pode ajudar muito, mas apenas se a situação não for mesmo patológica. Nestes casos, é preciso procurar um psicólogo ou um psiquiatra. Os familiares e amigos também devem tomar cuidado se pretendem ajudar. “É importante entender que esses objetos muitas vezes dão ao acumulador a sensação de segurança e de preenchimento de alguns vazios, então uma vez que cumprem uma função, não devem ser retirados sem antes se entender para que servem”, esclarece o psicólogo Eduardo Barretto.

QUEM PAROU DE ACUMULAR Amanda Dragone, 25, designer e blogueira

“Fui percebendo que muitas coisas eram desnecessárias e que eu organizaria tudo de um jeito melhor se não as tivesse. Um dia no mês parava pra avaliar o que gostava de ter e o que não servia e poderia doar ou vender. Isso tornou meu dia a dia mais prático e deixou o meu ambiente mais leve. Acho que um dos piores pensamentos é: um dia eu posso precisar disso. E são coisas que de vez em quando damos a sorte de precisar de uma entre cem delas.

Amanda Dragone criou técnicas para arrumar o guarda-roupa

O processo de descarte exige honestidade com você mesmo. Com minhas coisas, fiz um brechó. As pessoas ficavam satisfeitas por encontrar peças em ótimo estado por um preço bem mais em conta. E eu, feliz por ver que aquilo teria um destino melhor que o fundo do meu guarda-roupa, além de me dar um dinheirinho extra. Isso me incentivou e hoje, faço parte do Projeto Tem Quem Queira”.

H.H., 62, advogada*

“Um amigo me indicou a personal organizer Adriana Saade porque eu estava sobrecarregada de trabalho e chegou ao ponto que eu não tinha condições de organizar minha casa sozinha. O estopim foi o meu lavabo, onde eu não conseguia encontrar nada. Já comprei desodorante repetido por isso. Sempre fui organizada, mas sempre acumulei. Com a Adriana, me desfiz de muitas coisas e vi quanto dinheiro joguei fora. Encontrei xícaras lindas na caixa, roupas que nem lembrava que tinha e deixava de usar por isso.

Agora eu compro menos coisas. O personal dá muitas dicas e faz um trabalho específico para a gente. Levei muitas coisas para um brechó, outras eu doei para instituições, levei para interior... Hoje, sou mais organizada e feliz. Chego no apartamento e vejo ele limpo e encontro o que procuro. Adriana me ajudou muito, mas eu sei que tenho um pouco de compulsão de compra. Então, junto com a personal, procurei apoio psicológico, porque a compulsão é doença”.

*A fonte não quis se identificar Aloma Pelizzari, 25, atriz

“Eu tenho uma vida agitada porque trabalho e estudo, por isso não tenho muito tempo para organizar os meus pertences. Minha irmã já tinha comentado da bagunça e do excesso de objetos. Quando procurava algo, como caneta ou carregador de celular, eu não achava. Então, acabava comprando outros e isso ia se acumulando em meu quarto.

Decidi, então, procurar um personal organizer. Acabei chegando ao Roberto Abade através de um amigo em comum. Na consultoria, ele me deu dicas de como organizar minhas coisas. Por exemplo, um caixote que eu guardava vazio passei a usar para armazenar meus cabos de computador e carregadores de celular.

Achamos 25 canetas em meu guarda-roupa e jogamos muito material fora também. Hoje, passei a me policiar para manter as coisas como o personal deixou aqui em casa. No começo foi um desafio, mas depois você entra no automático e isso passa a fazer parte da sua rotina”.

*O que fazer

1- Não guarde o que não usa Mesmo que te pareça algo útil para o futuro. Se o futuro nunca chega e o objeto não é caro, você vai poder comprar outro quando precisar;

2- Evite o “quarto da bagunça” Não é porque sua casa tem um cômodo sobrando que ele precisa ficar entulhado. Para que um quarto de coisas que você não usa?;

3- Não tenha vergonha de pedir ajuda Seja honesta e aceite que a bagunça pode ter saído do controle. Psicólogos, personal organizers e amigos podem ajudar;

4- Desarrume antes de arrumar Você precisa saber o que tem antes de decidir o que é útil ou não. Então, entenda: a arrumação, no início, vai gerar mais bagunça;

5- Comprou, use Fez aquela compra incrível? Trate de dar utilidade para a peça logo e não guarde para usar depois;

6- Não compre peças repetidas Não achou o que procurava? Arrume o quarto até encontrar e não pague por um novo entulho.

Organize-se

A Mágica da Arrumação, livro de Marie Kondo (Foto: Divulgação)

A Mágica da Arrumação, livro de Marie Kondo, a “guru da organização”. O texto defende um desapego sentimental: antes de jogar cada coisa fora, se pergunte: “Isso me traz alegria?” e descarte se a resposta for não. Para saber técnicas mais específicas, só comprando o livro da editora Sextante. Custa R$ 24,90.

Santa Ajuda, programa da personal organizer Micaela Góes, passa no canal fechado GNT e ensina como manter os ambientes da casa limpos, em ordem e sem acúmulo.

Correio24horas

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