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O grupo de hackers Anonymous publicou na última sexta-feira (20) em diversas redes sociais dados pessoais do diretor do FBI, Robert Mueller, como parte de uma operação em represália ao fechamento da página de compartilhamento de arquivos Megaupload, realizado na quinta-feira (19) pelas autoridades policiais dos Estados Unidos. Os dados mostram os endereços de Mueller, sua esposa e suas filhas, além dos endereços de e-mail da família e os números de telefone. O grupo Anonymous, que na quinta-feira afirmou ter deixado fora de funcionamento por um tempo as páginas do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, do FBI e da produtora Universal Music, entre outras, avisou que tomará medidas contra as atuações do Governo americano sobre a limitação de publicações na rede. Além de revelar os dados pessoais de Mueller, os hackers bloquearam a página da loja on-line da Warner Bros e a da Agência Neozelandesa contra o Crime Organizado e Financeiro, que colaborou com o FBI para a detenção dos fundadores da Megaupload, nesta sexta-feira. Trata-se, afirma o grupo, do "maior ataque jamais realizado por Anonymous". O FBI anunciou na quinta-feira o fechamento do Megaupload após uma investigação de dois anos que terminou com a detenção de quatro pessoas na Nova Zelândia por um suposto delito de pirataria na internet. As autoridades acusam a Megauploud de participar de "uma organização responsável por uma enorme rede de pirataria informática mundial" que teria causado mais de US$ 500 milhões em danos aos direitos autorais. O FBI afirmou que a operação não tem conexão com os projetos de leis antipirataria Sopa e Pipa, promovidos pelo Congresso dos EUA, e que provocaram o "blecaute" de várias páginas da internet. Depois disso, a discussão dos projetos foi adiada. O Stop Online Piracy Act (Sopa) era um projeto de lei com regras mais rígidas contra a pirataria digital nos EUA. Ele previa o bloqueio no país, por meio de sites de busca, por exemplo, a determinado site acusado de infringir direitos autorais. O foco estava principalmente em sites estrangeiros, contra os quais as empresas americanas pouco podem agir. No Senado, circulava o Protect IP Act, conhecido como Pipa (ato para proteção da propriedade intelectual), outro projeto sobre direitos autorais que mira a internet. A votação do Pipa, prevista para o próximo dia 24, foi adiada.