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O empresário Dumas Marchi no porto de Cagliari, em dezembro, com o navio ao fundo |
O empresário Dumas Marchi, que viajou no cruzeiro Costa Concordia em dezembro, disse ter ficado impressionado ao ver as fotos do navio naufragado na costa da Itália, neste sábado (14). “Fiquei muito impressionado de ver uma nave daquele tamanho, com 4 mil passageiros e 1,2 mil tripulantes, adornar. É uma coisa monstruosa”, disse o empresário mineiro, que vive em Salvador. De acordo com autoridades italianas, o acidente deixou três passageiros mortos, 14 feridos e pelo menos 70 desaparecidos. Descendente de italianos, Marchi, que foi convidado por um amigo para fazer o roteiro turístico a partir do porto de Chivitavecchia, próximo a Roma, acredita que a causa pode ter sido um erro do comandante da embarcação ou do engenheiro que traçou a rota. “Pelas fotos, você percebe que o navio estava muito próximo da ilha de Giglio, uns 50 metros, numa área onde tem muitas rochas. O casco do lado direito foi totalmente rasgado. Ele passa por um trecho entre duas ilhas que é muito próximo, deve ter uns 8 quilômetros”, diz. Outro problema que pode ter colaborado para o acidente, segundo o empresário, é que o treinamento dos passageiros para situações de emergência é feito depois da partida de Savona. “Quem embarcou de Chivitavecchia não tinha treinamento para esses casos”, afirma. Marchi acredita que a tragédia poderia ter sido pior se tivesse ocorrido mais tarde, quando a maioria dos passageiros estivesse dormindo nas cabines. “Não foi pior porque [o navio] não afundou totalmente e estava na hora do jantar. Era cedo. Se fosse de madrugada, a tragédia teria sido maior.” Para o empresário, que fez o passeio entre os dias 11 e 19 de dezembro, até mesmo o moderno sistema de navegação do cruzeiro, que opera por computadores, pode estar entre as causas do acidente. “O que pode ter acontecido é que no horário que ocorreu [o acidente], quem estava com a programação não olhou. Hoje em dia é tudo traçado no computador. Alguem traça a rota, o navio vai sozinho.” Ainda não há informações sobre se haveria brasileiros entre as vítimas do acidente, disse o Itamaraty. Segundo a empresa, havia 46 brasileiros no barco.