Timothy Lee Wilson, de 36 anos, foi condenado por abuso infantil pela Justiça da Flórida, nos Estados Unidos nesta segunda-feira, mais de um ano após a garçonete brasileira Flaviane Carvalho ter salvo o enteado dele com um bilhete perguntando se a criança precisava de ajuda em um restaurante de Orlando. Conforme comunicado da Procuradoria de Orange County, a sentença divulgada no dia 19 de agosto.
Uma investigação revelou que a criança era mantida longe da família em um quarto de hotel usado para armazenamento, foi regularmente privada de comida e bebida e era submetida a exercícios de estilo militar. Policiais apreenderam vários objetos usados como armas contra a criança.
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O caso gerou muita repercussão no Brasil por conta da iniciativa de Flaviane, que trabalhava no restaurante Mrs. Potato. Ela percebeu que o menino estava sentado isolado de seus pais e irmãos, não recebia comida e bebida e estava machucado e arranhado. Sem que os adultos percebessem, escreveu um bilhete perguntando se o pequeno precisava de ajuda e ele respondeu fazendo sinal de "sim" com a cabeça. Ela então decidiu ligar para o chefe e para a polícia. Autoridades questionaram a criança e Wilson foi preso no restaurante.
A mãe da vítima, Kristen Swann, também foi presa dias depois e enfrenta acusações de negligência, abuso e falha em denunciar abuso infantil. Outra criança de quatro anos, filha de Wilson e Kristen foi levada para um abrigo. Conforme as autoridades, ela não foi vítima de abusos.
O menino que era maltratado tinha 9 quilos abaixo do peso para sua idade e hematomas em vários estágios de cicatrização em todo o corpo. Os investigadores descobriram que ele havia sido "torturado" e "maldosamente punido" diversas vezes. Conforme a denúncia, ele chegou a ser pendurado de cabeça para baixo em uma porta e algemado a um carrinho de boneca.
— O que essa criança passou foi tortura. Sou mãe e ver o que ele teve que aguentar dói na alma. Se a Sra. Carvalho não tivesse dito algo quando o viu, aquele garotinho provavelmente não estaria conosco por muito mais tempo — disse à CNN a detetive do Departamento de Polícia de Orlando, Erin Lawler, pouco depois do crime.
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Agência O Globo
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