Londres reduziu orçamento e prazo das obras dos Jogos

Organização reduziu gastos em mais de R$ 6 bilhões

Para quem se acostumou com emendas orçamentárias em tudo o que é tipo de obra, parece impensável reduzir o orçamento de um evento da complexidade e magnitude dos Jogos Olímpicos. Pois Londres fez. Não só reduziu em mais de R$ 6 bilhões o montante previsto no planejamento inicial como entregou todas as obras para os Jogos com seis meses de antecedência. Foi além da conhecidíssima pontualidade britânica. Para se ter uma ideia, um ano antes da abertura das Olimpíadas, o comitê organizador londrino anunciou que 88% das construções estavam prontas. Ou seja, passaram só por retoques desde 2011. Redução - Exemplar mesmo foi o corte nos gastos efetuados pelo Locog (sigla em inglês que se refere ao comitê olímpico local). Em 2005, quando ocorreu a primeira reunião da entidade, o orçamento apontava um custo de 9,4 bilhões de libras (atuais R$ 29,6 bilhões). Mas, ao longo desses sete anos, aconteceram várias reduções, acumulando 23% de cortes no orçamento. A conta final bateu nos 7,3 bilhões de libras - convertendo a moeda: R$ 23 bilhões. Para se ter uma noção do que isso representa, os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016, atualmente, estão orçados na casa dos R$ 29,5 bilhões, praticamente advindo das esferas federal, estadual e municipal do governo. Na Inglaterra, 64% do dinheiro saiu do governo central. Mudanças - Boa parte do orçamento dos Jogos Olímpicos foi para a criação do Parque Olímpico, situado no bairro de Stratford, um antigo local industrial e destino de imigrantes pobres que tinham pouca atenção do governo, na zona leste da capital inglesa. Lá ficam o Estádio Olímpico, o Velódromo, o Ginásio de Basquete, o Parque Aquático, o Centro de Mídia e a Vila dos Atletas. Área transformada. Esta é a terceira vez que a capital inglesa sedia os Jogos Olímpicos e, desde o primeiro, em 1908, Londres já possuía um sistema de metrô, construído em 1863. Apenas duas novas linhas foram criadas após 1948, ano da segunda Olimpíada na cidade, que também não sofreu muita alteração no número de habitantes nestes 64 anos. E para mostrar que a tradição olímpica é respeitada, as competições de tênis serão realizadas nas quadras de Wimbledom, usadas em 1908. Outros locais, como o famoso Hyde Park, apenas passaram por ajustes para receber as competições de triathlon e maratona aquática. Apesar da reestruturação, houve críticas pela derrubada de prédios históricos e valores baixos nas indenizações ao moradores, principalmente em Stratford. Entretanto, os londrinos estão preocupados mesmo é com a quantidade de gente usando ometrô da cidade. Tem em que os trens fiquem muito cheios. E os brasileiros clamando por transparência que não vem em Rio 2016... No embalo da crise europeia, Londres reduziu orçamento e prazo das obras