Um canadense pescador de lagostas que atuava há 15 anos como voluntário no salvamento de baleias foi morto por uma delas, logo após seu último resgate bem-sucedido. Joe Howlett, da Ilha de Campobello, em New Brunswick, entrou na segunda-feira em uma embarcação na costa leste da província para resgatar uma baleia branca do Atlântico Norte que havia ficado completamente presa em cordas de pesca. Após ele e uma equipe conseguirem desprender o grande animal, o mamífero fez um movimento brusco que atingiu Howlett.
— Eles conseguiram desembaraçar totalmente as cordas que prendiam a baleia e, em seguida, algum tipo de coisa louca aconteceu e a baleia deu uma grande pancada — contou à imprensa canadense Mackie Green, membro da Equipe de Resgate de Baleias Campobello, que não estava dentro da mesma embarcação que Howlett.
O resgate foi impregnado de urgência: no mês passado, sete baleias do Atlântico Norte foram encontradas flutuando sem vida no Golfo de São Lourenço, fora do Canadá. Com uma população global de cerca de 525 animais, a série recente de mortes sugere que mais de 1% dessa população tenha desaparecido apenas nas últimas semanas.
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O pescador de lagostas foi o responsável por salvar algumas dezenas de baleias nos últimos 15 anos fazendo uso de seu profundo conhecimento de nós e cordas para libertar os mamíferos.
Poucos dias antes de sua morte, Howlett ajudara a libertar outra baleia do Atlântico Norte na região, cortando uma linha de pesca que estava travada na boca do animal.
— Joe definitivamente não quer que nós paremos por causa disso — disse Green, que uniu forças com Howlett para iniciar o projeto de resgate de baleias em 2002. — Isso é algo que ele amava e não há melhor sensação do que salvar uma baleia presa, e eu sei o quão bem ele estava se sentindo depois de cortar as cordas que prendiam a baleia.
Na última terça-feira, o departamento de pesca federal confirmou que Howlett havia sido morto em uma de suas embarcações, descrevendo-o como um "membro insubstituível da comunidade de resgate de baleias".
Em uma declaração, o departamento ofereceu suas mais profundas condolências à família e aos amigos dele, que tinha dois filhos.
"Participar em operações de resgate de baleias requer imensa bravura e uma paixão pelo bem-estar dos mamíferos marinhos", observou a nota. "Há sérios riscos envolvidos com qualquer tentativa de salvamento. Cada situação é única, e as baleias emaranhadas podem ser imprevisíveis".
Uma equipe incluiu biólogos marinhos, cientistas federais e patologistas, entre outros, estão correndo para descobrir por que as baleias — que vivem ao longo da costa leste do Canadá e dos EUA e podem atingir até 16 metros de comprimento — estão morrendo em grande escala. Na semana passada, realizaram necropsias em três das sete baleias mortas recentemente, na esperança de encontrar pistas antes das carcaças se decomporem.
Embora as descobertas desses profissionais ainda sejam preliminares e não expliquem por que as mortes ocorreram dentro de um curto período de tempo, eles encontraram sinais de traumatismo contundente severo e hematomas em duas das baleias, sugerindo colisão.
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Redação iBahia
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