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Márcio Victor sobre baixar as cordas: "Já pedi ao prefeito, só que está demorando oito anos"

Cantor falou sobre as novidades do Carnaval 2012, os blocos afros, a percussão na Bahia e as falhas na organização do evento

• 03/11/2011 às 14:12 • Atualizada em 09/09/2022 às 8:35 - há XX semanas

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Em entrevista ao iBahia, Márcio Victor, vocalista da banda Psirico, falou sobre as novidades para o Carnaval 2012. O cantor revelou em primeira mão as apostas para o verão: "'Te Quero Delícia' que gravei com Ivete Sangalo, e 'Bate Cabelo' são as minhas já indicadas, a gente pensava em outras mas o povo elegeu as duas", explicou. Como de costume, Márcio vai fazer uma homenagem em cima do trio. No ano passado quando o tema do Carnaval era Percussão, ele se caracterizou como o artista que lhe introduziu ao mundo da música e lhe ensinou os primeiros instrumentos: Carlinhos Brown, grande amigo que costuma chamar de "pai" e "mestre. Porém, o cantor preferiu não revelar o próximo homenageado, mas deu uma pista: "É algo ligado a imprensa. É um negócio muito bom que se a gente falar antes vai perder a graça". O tradicional bloco das "Muquiranas" puxado por Márcio todo ano terá como tema da fantasia de 2012, Cleópatra, a rainha do Egito. "Já estou buscando a pele de uma cobra que é única, vou me vestir todo com ela, que já está em extinção e só tem na Amazônia", detalhou o cantor. Baixar as Cordas Questionado sobre a possibilidade de baixar as cordas, como fez o cantor Saulo da banda Eva no Carnaval passado e pretende fazer Claudia Leitte em 2012, Márcio afirmou que a ideia é boa mas precisa ser colocada em prática com cuidado. "Ainda acho que precisa se conversar para saber o que é melhor. Se for no intuito de aliviar o trabalho do cordeiro e dos profissionais que trabalham naquilo, eu acho massa! Eu quero que seja de graça para o povo, mas que não tenha polícia batendo em quem está alí, quero que tenha estrutura", disse.
- Já pedi ao prefeito para tocar para o povão só que está demorando oito anos
O vocalista do Psirico já apresentou a prefeitura um projeto, mas não obteve resposta. "Já pedi ao prefeito para fazer isso, tocar para o povão, só que está demorando oito anos. Eles não tem interesse em me pagar e quando paga é depois de oito ou dez meses", explicou o cantor que ainda acrescentou: "É assim que acontece com outros, então desencoraja a gente". Em continuidade, Márcio levantou questões e falou sobre as dificuldades de colocar a ideia em prática. "Eu acho que é uma coisa que precisa ser muito bem calculada porque não vai ser fácil. Que melhoria vai trazer? Pra quem? Qual o interesse? O governo vai bancar? Se for no mangue vai ser muito mais perigoso, vai acabar queimando o evento e aí é que vai ser difícil de controlar e de trazer turistas para cá, porque aí você tem a cultura da briga, dos funcionários que ganham pouco. O governo deve ter um repasse de dinheiro pouco, mas a gente precisa buscar o crescimento dessas contas antes de tirar as cordas", frisou. O cantor afirmou que existe problemas na organização do Carnaval, mas que não cabe a ele "falar o tempo todo". "Acabo sendo o estranho, mas quando eles acordarem para isso, eles vão entender que precisa trazer mais melhorias para o povo, para igualar quem paga de quem não paga". Blocos Afros A organização do Carnaval para Márcio é desigual. "A mídia não tem interesse em mostrar os blocos afros, isso faz com que a organização aperte estes blocos e destrua a nossa forma linda de ver o trabalho dos terreiros de Candomblé. Eles passam o ano todo se preparando para apresentar o trabalho só às quatro, cinco horas da manhã porque a mídia não quer mostrar alegando que aquilo não traz audiência. Eu ainda acho que o Ilê Aiyê é a coisa mais bonita de se ver no Carnaval", revelou o cantor.
- Eu ainda acho que o Ilê Aiyê é a coisa mais bonita de se ver no Carnaval
O Psirico para Márcio traz muitas características dos blocos afros. "É por isso que temos conquistado tanta visibilidade. O grupo traz em sua essência essa cultura que deve ser mostrada e mantida viva. Não podemos trocar o tambor e o timbau por uma guitarra de Rock in Roll americana", explicou o cantor que fez questão de dizer que atrasaria o seu horário para priorizar estes blocos. "Eu mudaria o meu horário, assim como deveria alterar o de Ivete, Daniela e Claudinha para dar visibilidade a nossa cultura".Percussão na Bahia"Caótico" foi a definição de Márcio para o cenário da percussão baiana. "Os tambores não podem parar de soar na Bahia", disse o cantor que ressaltou a falta de valorização do instrumento. "Estamos perdendo a força porque não estão dando continuidade ao que foi feito por Neguinho do Samba, Carlinhos Brown e Margareth". Para Márcio existem leis sem fundamento que impedem os artistas de tocar, o que consequentemente gera a desvalorização destes músicos. "A Sucom não libera que toquem nas ruas pela preocupação em ultrapassar decibéis, os terreiros de Candomblé que trouxeram a cultura da gente estão sendo barrados, depois de meia noite tem que parar de tocar, então porque não cria um 'Macumbódromo' ou 'Axezódromo'?", sugere.

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