Luiz Francisco* Especial para o CorreioPara garantir o crescimento acentuado da Região Metropolitana de Salvador e o sucesso de dois dos maiores ventos esportivos que serão realizados em Salvador até 2014 – Copa das Confederações e Mundial -, a Coelba (Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia) está investindo R$ 1,3 bilhão no estado. O valor engloba a construção de cinco subestações (Fonte Nova, Imbuí, Itinga, Periperi 2 e Itaigara) e mais 29 alimentadores associados (linhas que saem das subestações para o sistema de distribuição). O salto no valor do investimento é uma rotina desde a privatização da Coelba, em 1997. À época, o orçamento da empresa disponibilizou R$ 93,4 milhões para os projetos de modernização e ampliação da capacidade energética da Bahia. “Quinze anos depois, estamos investindo R$ 1,3 bilhão, o que demonstra que a privatização aumenta a eficiência operacional”, disse Sérgio Mello , superintendente de engenharia da Coelba. No ano passado, em média, o consumidor da Região Metropolitana de Salvador ficou seis vezes (12 horas) sem energia. No estado, o tempo foi maior: 20 horas durante o ano. De acordo com Mello, desde 2010, a Coelba tem investido muito na renovação do sistema elétrico existente e automação da rede de distribuição com a implantação de chaves e religadores automatizados, que diminuem as áreas afetadas e reduzem o tempo de restabelecimento em caso de interrupção do fornecimento. “As linhas de transmissão, subestações e redes de distribuição não são totalmente imunes a falhas e defeitos. As intempéries, as ações de terceiros (abalroamentos, vandalismos, etc.) e a agressividade atmosférica (tempestades, salinidade, poluição, etc.) podem ocasionar interrupções no fornecimento de energia. Os investimentos buscam sempre minimizar estas possibilidades e também reduzir as áreas atingidas quando acontece alguma coisa”, afirmou Sérgio Mello. Nos dois últimos anos, a Coelba concluiu a construção das subestações Retiro, Patamares (Salvador), Mata de São João e Praia do Forte, com 14 alimentadores. “Nosso planejamento é para os próximos dez anos. Como a Coelba só pode atuar na Bahia, a nossa empresa só cresce se o estado crescer”, diz Ricardo Valente, gerente do Departamento de Planejamento do Sistema Elétrico e Investimento. De acordo com Sérgio Mello, as obras de expansão realizadas pela Coelba contemplam os projetos previstos para Salvador durante a Copa do Mundo. “Os novos hotéis, pousadas, lojas e estabelecimentos comerciais que estão sendo construídos na cidade não terão nenhum problema com o abastecimento de energia.” Mais emprego O superintendente disse que o aumento da capacidade de fornecimento de energia da empresa possibilita a criação de novos empregos. “Com mais energia, as fábricas de postes, parafusos e cabos, apenas para citar três exemplos, contratam mais profissionais.” A Coelba é a terceira maior distribuidora de energia elétrica do país em número de clientes e a sétima em volume de energia fornecida. Presente em 415 dos 417 municípios da Bahia, a Coelba atende a mais de 14 milhões de habitantes em uma área de concessão de 563 mil km2. Hoje, a empresa conta com mais de 5,1 milhões de clientes. Holding que controla a Coelba, o Grupo Neoenergia é o terceiro maior investidor privado do setor elétrico brasileiro, com R$ 20,4 bilhões aplicados desde a sua constituição, em 1997, até o ano passado. Formado por 26 empresas, distribuídas em 12 estados, o grupo atua em geração, transmissão, comercialização e distribuição de energia. Destaque Na distribuição de energia, o Neoenergia é o maior grupo privado em número de clientes, com 9,5 milhões de unidades consumidoras na Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Na geração, também se destaca entre os maiores grupos do setor elétrico do país. Possui capacidade instalada de aproximadamente 1.553 megawatts (MW) e deve chegar a 4.050 MW até 2019.Programas buscam eficiência energéticaPara adequar a conta de energia à capacidade de pagamento dos consumidores, a Coelba realiza ações na área de eficiência energética. Para os consumidores que residem em comunidades populares, há projetos como o Nova Geladeira Coelba-Venda e o Vale Luz. Já para os consumidores residenciais em geral, está à disposição o Energia Verde, projeto que oferece bônus para troca de geladeiras, freezers e aparelhos de ar-condicionado por equipamentos novos, eficientes, mediante contribuição para o reflorestamento da Mata Atlântica. Nova Geladeira Coelba - Venda É uma opção para o consumidor de baixa renda substituir o refrigerador antigo por um novo, mais eficiente, com selo Procel A de economia de energia. A troca do refrigerador fica entre R$ 120 a R$ 160. Podem participar do projeto clientes de comunidades populares com média dos três maiores consumos de energia elétrica dos últimos 12 meses acima de 80kWh/mês. Além disso, devem possuir Número de Identificação Social (NIS) ou procurar os postos da prefeitura instalados nas agências da Coelba da praça da Sé, Liberdade, Periperi, Itapuã e Pirajá para inscrição no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). Os valores arrecadados com a venda da geladeira antiga são empregados em projetos de geração de emprego e renda e principalmente no projeto Vale Luz Coelba. Vale Luz - Empresa e Comunidade O programa prevê o descarte e troca dos resíduos das empresas por crédito na conta de energia, beneficiando instituições que realizam trabalhos sociais. Desde que o projeto foi lançado, em abril deste ano, até o final do mês passado, foram recolhidas 14 toneladas de resíduos recicláveis e creditados R$ 4,7 mil nas contas de energia das instituições indicadas. A Rede Bahia, primeira empresa a aderir ao projeto, beneficia as Obras Sociais Irmã Dulce com resíduos coletados.Empresa perde R$ 218 milhões com os ‘gatos’Crime de acordo com o Código Penal, a ligação clandestina, popularmente conhecida como “gato”, faz parte do dia a dia do consumidor baiano. Das 138,6 mil inspeções realizadas por técnicos da empresa no ano passado, 95,5 mil (68,9%) apresentaram algum tipo de irregularidade. As perdas da Coelba com a prática ilegal foram de aproximadamente R$ 218 milhões. O governo estadual também teve prejuízo com a fraude, deixando de arrecadar R$ 60 milhões em ICMS. Para combater essa prática ilegal, a Coelba tem investido em campanhas educativas, ampliação de equipes, operações de inspeção, blindagem de medidores e regularização das ligações clandestinas. Para este ano, o orçamento destinou R$ 50 milhões para reduzir o furto de energia elétrica. Cerca de 300 equipes, especializadas em detectar ligações clandestinas, atuam em toda a Bahia. O combate às ligações irregulares também tem o objetivo de garantir a segurança do sistema elétrico porque, com as fraudes, muitos consumidores são prejudicados com a sobrecarga de energia. As pessoas que fazem o “gato” também correm sério risco de morte ao tocar na rede porque estão sujeitas a sofrer choque elétrico. (Matéria originalmente publicada no CORREIO de 22 de outubro de 2012)
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