A candidata à Presidência da República pelo PSB, Marina Silva, disse, em entrevista coletiva em Caruaru (PE), que as declarações do c
andidato pelo PRTB, Levy Fidélix, no debate de domingo (28) na TV Record são "inaceitáveis do ponto de vista de qualquer que seja a circunstância".Marina disse que Levy Fidélix "fez uma declaração inaceitável do ponto de vista de uma visão de completa intolerância com a diversidade social, cultural que caracteriza o nosso país, com o respeito que se deve ter às pessoas independente da questão social, independente da cor e da orientação sexual". A candidata disse ainda que a Rede Sustentabilidade "está avaliando com nossos advogados entrar com uma ação na Justiça em função de as declarações do candidato serem claramente declarações contrárias ao respeito à diversidade, declarações de fato homofóbicas".No debate desse domingo, o candidato do PRTB respondeu a uma pergunta feita pela também presidenciável Luciana Genro (PSOL), dizendo que homossexuais precisam de atendimento psicológico e que "aparelho excretor não reproduz". Ele chegou a comparar a homossexualidade à pedofilia. Na noite de segunda-feira (29), em comício no Recife, Marina voltou a falar na questão. "Aprendi a respeitar a diferença. Em 16 anos de Senado, nunca vai me ver fazendo qualquer coisa que desrespeite os direitos humanos, que promova o preconceito, que faça qualquer coisa nessa direção", disse.Marina defendeu o Estado laico como uma conquista na defesa da liberdade, disse que se sustenta na própria fé e que ela tem sido "muito combatida". No discurso argumentou que nunca misturou a vida política com a religiosa. "Nunca fiz do altar um palanque e nunca fiz do palanque um púlpito ou um altar. Aprendi que valores, referências não se expressam no discurso, têm que se expressar na prática, na vida, o melhor discurso é a vida que se vive".Atentando um pedido do candidato à Presidência, Eduardo Jorge (PV), o PV protocolou no Ministério Público uma representação contra Levy Fidelix por suas declarações homofóbicas no debate da Rede Record que pede que se instaure um inquérito ou um processo crime pelo desrespeito à dignidade humana e igualdade de direitos. "O jurídico do PV também está estudando para amanhã [hoje] uma ação no TSE [Tribunal Superior Eleitoral”, disse Jorge.